Trechos extraídos deste livro:
páginas - 17, 18 , 19, 22, 23, 35, 40, 41
Se a energia de cura fluísse livremente na Terra, grande parte das atitudes cultivadas pelos homens desta civilização seria reconhecida como uma violência contra eles mesmos e contra a essência da matéria que os compõe. Enquanto a maioria das pessoas se satisfaz quando realiza algo que reafirme o ego, os que aderem à cura interna experimentam uma dor profunda, não física, quando se vêem repetindo padrões que não condizem com o que já lhes foi dado a manifestar. A cura está em ato quando esse tipo de dor é sentida, pois isso demonstra que se romperem as capas que o ego usa para falsear as forças retrógradas nas quais se apóia, dando-lhes aparências de positivas.
Apesar de na Terra a fase de transição do estagio humano para a vida supramental ser árdua e em geral constituir longo percurso, a evolução ficaria estancada se essa transição não fosse assumida. E toda dificuldade é superada quando há abertura ao processo evolutivo.
Alguns indivíduos que aderem a essa transição vivem situações que podem ser descritas simbolicamente. É como se estivessem chegado à beira de um grande rio, que têm de atravessar. Não podem retroceder, pois o caminho de volta não lhes é mais acessível. Se hesitam, um forte vento lança-os às águas. Não têm escolha, pois a decisão de ir adiante foi tomada em níveis que transcendem seu livre-arbítrio.
Estando no meio das águas, começam a nadar; têm de enfrentar a correnteza, lutar contra ela. Persistindo, chegam a determinado ponto da travessia onde vêem uma ilha, e para ela se dirigem. Encontram em suas praias um barco com remos que lhes permite prosseguir a jornada em melhores condições. Já não têm de vencer a correnteza diretamente, pois usam os remos para fazer o barco deslizar sobre as águas, assim, a correnteza continua existindo, mas eles dispõem de melhores recursos para avançar.
Mas adiante, nessa longa travessia, deparam-se com nova ilha, onde os aguarda um barco a vela; daí por diante, tocados pelo vento, nenhum esforço fazem por si mesmos para atingir a outra margem.
Essas imagens simbolizam estágios de relacionamento dos seres despertos com as forças materiais; no inicio, estão imersos num caudal dessas forças, ainda que, como nadadores, tenham a cabeça acima d’água, pois já despertaram. Para avançar, porém, precisam vencê-las. Lutam “corpo a corpo” com elas, e vão adquirindo destreza em seus movimentos, descobrindo como ir adiante sem tantas resistências, até que chegam à ilha - o estagio em que os corpos materiais passam a funcionar como um todo coeso. Esse processo de integração não conta apenas como o esforço externo; dá-se pela condução da alma e, assim, a personalidade passa a interagir com o mundo formal sem se envolver totalmente com ele. Mas, encontrando-se ainda vinculada às leis naturais, deve continuar a dispor principalmente dos seus próprios recursos para progredir.
No estagio seguinte, quando o fogo da alma predomina, outra conjuntura passa a reger a evolução dos seres. Esse estágio é o barco a vela. O mundo externo permanece com suas leis, mas eles já não estão ao seu sabor e avançam sem contar apenas com possibilidades humanas. Sua consciência está acima do plano onde as lutas ocorrem, embora conviva com esse plano e nele criativamente construa as obras necessárias da luz interior. (...)
(...) Quando finda o ciclo de experiências do ego, a entrega consuma-se, eliminando a ansiedade pelo futuro e dissolvendo as marcas deixadas pelo passado; enfim apaziguando o indivíduo. Nesse ponto, ele deixa de ter inclinações próprias e livre-arbítrio, e passa a ser regido por desígnios maiores, os quais no decorrer de sua jornada cultivou a aspiração de seguir.
Num estado de entrega, a perfeição espiritual se projeta nos mundos concretos. Do ponto de vista interno, é a partir daí que a luz do ser resplandece, somando sua radiância ao brilho e à claridade que revelam a meta para os que ainda não podem discernir por si os rumos que devem tomar. Pela entrega, a existência do ser dignifica-se e liberta-se da ilusão.
A entrega ensina á consciência que o mais importante não é buscar a evolução, mas servir. A evolução é uma decorrência e não um fim. Ela provém da atuação da energia quando não encontra obstáculos. Assim sendo, desenvolve-se mais um ser que se doa inteiramente ao serviço, esquecido de si, do que outro que a todo custo tenta criar condições para avançar. (...)
(...) Uma das mais poderosas fontes de conflito do homem é a contínua alimentação de seus sonhos individuais; e dá um passo significativo quando deixa de querer chegar a algum ponto, de construir algo que nutra em si a vaidade e o orgulho, quando passa a agir de modo preciso e exato para dar forma a uma inspiração superior. Nessa sintonia ele se torna um prolongamento efetivo da Hierarquia, e unifica-se á consciência essênia. (...)
(...) Como a verdadeira união é interna, oculta e independente do que se passa no níveis concretos, nada de externo pode impedir um indivíduo de atingi-la, pois diferentes possibilidades são oferecidas aos que se abrem verdadeiramente à senda interior, de modo que se desenvolvam em todos os sentidos requeridos. Seja se dedicando ao serviço planetário num convívio grupal, seja em reclusão eremítica, seja aparentemente solitário em meio à vida no mundo material, a ele importa manter-se focalizado na meta, sem que para isso precise seguir um ritmo de vida ou programa rígidos.
É sabido que um ser em oração, unido à sua essência, pode estimular transformações em outro que, imerso na obscuridade, esteja buscando sinceramente a luz. Um ser em oração é um fogo vivo irradiando clareza e lucidez para o planeta. Seu fulgor atrai as consciências que estão à procura de sinais para se erguerem dos envolvimentos com o mundo das formas. Orar é, portanto, uma das tarefas que cabem aos que se abrem para auxiliar a humanidade, e essa tarefa nos propúnhamos a cumprir informalmente e no silêncio do nosso ser. (...)
Download deste livro: http://www.4shared.com/document/8Wvj25sp/1993-A_Cura_da_Humanidade.html?
Áudio sobre este livro: http://www.irdin.org.br/acervo/detalhes/3274
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