O caminho de libertação do planeta, que é também o caminho libertação do homem, inclui um salto, a ultrapassagem de uma barreira energética, o rompimento de um véu de ilusão que apenas é reconhecido como quimera por aqueles que conseguem transcendê-lo.
Emcapsulada numa prisão imaginária, construída e alimentada por forças que impõem à matéria altos graus de compactação, obstruindo assim a passagem das correntes sutis através de seus intestícios, a vida externa do planeta é como uma chaga que, para ser curada, passa por processos violentos de depuração.
Qualidades elevadas foram disseminadas pela Hierarquia regente da Terra em todos os reinos que se expressavam em níveis concretos, qualidades que pudessem servir de canal para o despertar da luz na essência da matéria. Essas qualidades, que foram introduzidas no campo vibratório do planeta e na aura humana, são canais de traslado para a existência espiritual. São virtudes que atuam como condutos pelos quais a consciência pode transportar-se, saindo de níveis concretos tumultuados, e indo para onde a realidade se apresenta com vestes próprias da Fonte que a gerou. Apesar disso, há grande distância entre vibração superior trazida por essas virtudes e aquela emitida pelos planos materiais. A fraternidade das trevas conseguiu contaminar quase irreversivelmente a substância matriz desses planos, introduzindo nela padrões energéticos degenerados. É desse visco que o planeta será liberto.
Em contato com alguns arquivos da sabedoria alquímica de Iberah, a parte do reino humano que possibilitou o surgimento da fraternidade do mal no planeta Terra apoderou-se de conhecimentos que lhe permitiram controlar muitos processos de criação e moldagem da substância primeva dos níveis materiais. Além disso, procurou deturpar a revelação do que permitiria ao homem equilibrar a desarmonia e os devios por ela promovidos. Essa revelação, a pedra filosofal, deveria restabelecer toda a criação, apartando-a das forças involutivas.
É conhecido o vínculo dessa fraternidade involutiva com muitos seres do reino elemental, o que determinou a descensão da energia desse reino. Por sua mescla com forças obscuras, esses seres ficaram impossibilitados de igressar em estágios mais avançados no trabalho de construção dos níveis de existência.
O grau de poder e de dominação que a fraternidades do mal conseguiu obter sobre a vida terrestre é incalculável, e até mesmo estudiosos de ocultismo o desconhecem.Sua base de atuação firmou-se especialmente no reino humano, que se manteve escravizado nos níveis materiais. A trajetória evolutiva do homem deveria ser motivo de glorificação para toda a vida planetária e não um peso, não esse escuro poço que chega a levar uma consciência a retroceder a estágios evolutivos pretéritos para reequilibrar as escolhas que fez enquanto encarnada no reino humano.
Todavia, o domínio da fraternidade das trevas estendeu-se apenas aos planos da existência entre o físico concreto e a mente pensante, pois, ao tentar investir sobre a substância causal houve por parte dela intensa reação. A purificação pela qual o planeta está passando deve-se também a essa negação da essência elemental, que constitui o corpo da alma, de render-se às trevas.
O trabalho da Hierarquia da Luz constribuiu para essa resposta da substância causal. Fortalecendo o plano monádico e procurando deixá-lo abstraído do jogo de forças externas, pôde fazer com que a atuação das mônadas sobre as almas fosse suficientemente forte para atraí-las à realidade superior.
Durante todas essas fases sempre houve canais de comunicação e contato com o que se pode chamar de vida imaculada. Para isso, sementes de qualidades espirituais eram continuamente lançadas pelas mônadas no plano causal, onde poderiam criar raízes e buscar estender seus ramos aos planos inferiores e neles frutificar – e esse é um dos sentidos do símbolo da árvore com raízes nos céus, da cultura hindu. Mas para que essas sementes pudessem se desnvolver e brotar nos níveis materiais, era necessário que rompessem a rígida capa que cerca a vida na superfície do planeta.
Isso foi possível em pequena proporção. Muitas sementes foram lançadas no plano causal, mas poucas desnvolveram-se nos planos mais densos. O fato de uma alma ser capaz de romper essas camadas, ou seja, de superar a energia destrutiva presente na substância dos planos inferiores, possibilitaria que ela gradualmente se tornasse um dia um núcleo válido para a expressão da chispa divina, a mônada. Caso isso não ocorresse, a mônada, por ordem da Hierarquia cósmica, deveria destruir o núcleo causal e iniciar a construção de um novo em outro ponto do cosmos que oferecesse condições mais favoráveis.
Na evolução terrestre, a expressão da vida da alma é uma referência do quanto esse núcleo é capaz de suportar e superar os embates das forças negativas; essa expressão indica o quanto a sua consciência está aberta à luz monádica, e o quanto se deixa envolver pelas trevas. Porém, apesar de a essência causal de modo geral ter se mantido incólume, intocada pelas trevas, muitas almas foram atraídas pela ilusão material. A desintegração delas faz parte de uma medida preventiva para impedir a contaminação do espaço cósmico durante o traslado de suas mônadas.
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É necessário que o homem transcenda o nível das dualidades, nível onde o bem e o mal existem. Enquanto estiver buscando fazer o bem, estará sujeito ao mal, seu pólo oposto. Somente quando ele nada mais buscar poderá transcender tal dualismo.
No ponto evolutivo atual, não é pedido ao discípulo que renuncie ao mundo, mas que esteja acima da renúncia. Ele deve reconhecer que nada lhe pertence e descobrir que todos são parte, substância e essência única Vida que existe neste universo, Vida que anima todas criaturas. Deve deixar-se elevar pela Graça, sem tentar carregar consigo o que lhe é caro –somente assim será absorvido na totalidade, unicidade que é a verdadeira e suprema existência.
Atualmente, os portais de Iberah só podem ser traspassados pela consciência do homem de superfície se ele estiver na aura da Hierarquia. Assim, aqueles que se aproximam da energia desse Centro com reverência, conduzidos pelo chamado à realização do Plano Evolutivo,podem ter percepções do que esse mundo supramental guarda em seu interior, quando isso for necessário para a tarefa que devem desempenhar.
Certa vez, essa energia revelou a um estudante,por meio de uma visão interna, a existência de criaturas imensas,muito densas, que pareciam feitas somente de matéria sem ter em seu âmago um ser vivente. Enquanto a consciência desse estudante penetrava numa espécie de túnel, percebia esses guardiães, habitantes de mundos que estão na base da vida planetária.
Essa experiência trazia-lhe a impressão de proximidade aos ‘’infernos’’, sem no entanto provocar nele sentimentos de nenhuma espécie; era a de estar se aproximando da ‘’fornalha onde se plasma a matéria do planeta’’.
Em seguida, nesse mesmo nível de consciência, ele percebeu uma luz resplandecente, de pureza nunca vista; totalmente cristalina, pura,sigela e eterna. Estava ali, e iluminava um amplo local. Sob aquela luz, era guardada a semente da eternidade, algo inocente como uma criança, que desconhece passado e futuro, e que apenas é; uma energia virginal, que não pode ser descrita com palavras.
Quando essas experiências se esvaneceram, esse estudante foi permeado por um impulso interior que o levava a um profundo estado de oração, ao aperfeiçoamento da entrega e ao recolhimento.
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Para ingressar em caminhos sutis é preciso desprendimento, para penetrar em mundos espirituais é preciso flexibilidade, desapego e entrega. A mente, por sua própria natureza, reluta em reconhecer os opostos como expressões de uma mesma realidade; por isso aferra-se a apenas um dos seus aspectos, perdendo a visão do todo. Espírito e matéria não são mais que duas faces de uma única Vida Suprema. É chegado o tempo de, na Terra, essas faces se fundirem. Não mais a magia negra e o caminho da Luz, como trilhas opostas, se apresentarão ao homem, mas um só caminho: o do reinado do Espírito sobre a matéria purificada.
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A Consciência única continuamente emite a vibração da totalidade, e nada para ela tem início ou fim. É a ótica humana, quando em estágios inferiores àqueles que lhe permitem compartilhar da onisciência, que transmite a distorcida idéia de que a vida se desenvolve com ‘’ compartimentos’’, regida por uma ordem cronológica desvinculada de uma realidade mais profunda.
Na verdade, tudo existe concomitantemente; mesmo que, para efeito de estudo, os estágios evolutivos possam ser comparados aos degraus de uma escada, todos eles existem ao mesmo tempo e, se uma trajetória de evolução é traçada, ela representa apenas o caminho de menor resistência para que o alvo seja atingido. Uma consciência pode trilhar percursos mais longos ou mais curtos; num caso ou noutro, para avançar deve sintonizar-se com a vibração de um novo patamar e reunir o potencial de energia necessário para trasladar-se até ele.
Sem o conceito ou a experiência da desarmonia não necessitaríamos do conceito da harmonia. O elemento água é básico para a vida do homem; entretanto, num caso de afogamento, ele é o agente da morte. E assim como tudo mais no universo manifestado, o bem e o mal são conceitos relativos que se definem dependendo da conjuntura de cada situação, sem que para isso se possa seguir uma regra fixa.
O universo é fruto de uma mutação contínua do impulso-Vida, da sua permanente transformação; portanto, o que em uma etapa pode ter-se revelado positivo, numa outra pode ser negativo.
A argila, ao ser colocada em mãos que não sabem modelá-la, toma um aspecto disforme. Esse fato pode ser comparado ao que se passou no contato da humanidade com a energia irradiada por Iberah. Por esse Centro flui a matriz, a substância primeva que compõe e constitui a criação. Essa substância é desvirtuada se tocada por aqueles que não tem condições de lidar corretamente com ela.
Como vimos, seres da evolução humana tiveram acesso a essa substância, bem como a certos processos de sua formação, e sobre ela adquiriram controle no final da Segunda Raça deste ciclo de expressão logóico. A porção da vida-Humanidade que constituiu a base para as Raças desse ciclo abrigava em sim mônadas que em uma manifestação anterior haviam se encolvido com forças contrárias ao propósito do Logos planetário. O acesso às trevas do Conhecimento de Iberah levou alguns homens a uma posiçao de poder em relação aos demais, e o seu desligamento de núcleos internos ocorrido em épocas pretéritas a essa ainda não estava suficientemente curado para que se eximissem de deturpar as dádivas que tinham nas mãos. Eassim, pela liderança que conseguiram obter, suas opções pesaram significativamente nas decisões que o reino humano tomou, determinando, em muitos pontos, o rumo de sua evolução.
O processo de encerramento da fase correspondente ao desenvolvimento da Quarta Raça e de implantação da Quinta Raça deveria incluir uma reestruturação da humanidade, o que apenas nos momentos atuais está podendo realizar-se, com o ingresso de elementos sutis e ardentes no planeta e o expurgo de outros, resistentes à Luz.
Devido à impossibilidade de os homems penetrarem a pureza e contatarem a verdadeira expressão da energia de Iberah, esta teve de retrair-se a níveis mais profundos, inacessíveis a consciências de vibração predominantemente material. Essa energia, porém, cuja potência e capacidade ainda nos são desconhecidas, pode voltar a aproximar-se da consciência manifestada pela vida-Humanidade.
Mesmo os homens imbuídos de boa-vontade, os menos envolvidos com o caos, tiveram o seu cotato com a essência da energia Iberah limitado ao mínimo, pois, independentemente de suas escolhas individuais, os fatos sucedidos na Terceira e Quarta Raças impregnaram a substância que compõe seus corpos no mundo tridmensional com elementos que os impedem de responder prontamente e aderir inteiramente aos estímulos imateriais.
A transição pela qual a Terra está passando tem como uma de suas metas o ajustamento dos vários níveis de existência, sintonizando-os com o padrão determinado para a Quinta-Raça. Esse trabalho inclui uma potente ação renovadora sobre a substância elemental dos níveis materiais, como matéria, levando em conta que este é reflexo da supra-evolução, na qual os Arquétipos são originados e sintetizados.
Extraído do Livro Segredos Desvelados - (Iberah, Anu Tea)
Páginas: 95,96,97,98,99,100.
Download do livro: http://www.4shared.com/document/6D4HxcPx/1992-Segredos_Desvelados__Iber.html?
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