A nossa fracassada tentativa de equilibrar a vida exterior com estes conhecimentos, tem a ver com o fato de nós estarmos tentando viver (estes conhecimentos) sem fazer uma invocação gradual e consciente, perfeitamente assumida, conscientemente invocada, do ser psíquico mais profundo. O fracasso em viver isto no real-tridimencional-exterior tem a ver com o fato de nós acharmos que a personalidade em si poderá adaptar-se a estas realidades.
A personalidade em si não sabe nada destas realidades, isto é, nós precisamos trazer o ser profundo para a superfície, sem medo. É o ser psíquico que verdadeiramente pode fazer descer de uma forma útil, consistente, estas realidades e o grau em que estas realidades irão ser vividas por nós nesta vida, seja para todos os degraus, seja para algum degrau.
Todas as reações que nós temos a estas realidades, e a revelação da Nova Terra e a sensação de incapacidade em manifestar estas realidades no exterior, tem a ver com o fato de nós estarmos tentando adapta-lás diretamente à personalidade sem passar pela existência do ser psíquico, sem passar pela existência de uma alma que não é o eu superior, (não sei definir afinal), de uma alma, de uma entidade, por detrás do consciente que está constantemente pedindo para vir ao de cima.
Esta entidade por trás do consciente, esse ser psíquico e o correlativo hábito de nós passarmos a viver mais no ser psíquico e menos no ser existencial é um mecanismo, é um instrumento indispensável para que estas coisas venham fazer algum sentido. Eu não devo tentar adaptar a minha realidade tridimensional a isto, nem devo procurar adaptar isto a minha realidade tridimensional, eu tenho que viver no ser psíquico mais que no ser externo.
(Alguém faz um comentário inaudível, parece que tem a ver com estar vigilante)
A vigilância existe na etapa inicial deste processo evocativo. Depois o ser psíquico instala-se de tal forma em nós que ele próprio faz a vigilância. E aí eu diria que o eu consciente começa a descansar porque o ser psíquico ganhou um poder.
O eu consciente precisa de aprender que nada disto é nada, se não for feita uma invocação, uma abertura do eu consciente exterior ao ser psíquico, ao psiquismo profundo, e a capacidade de viver o psíquico profundo, custe o que custar.
O que atrasa emergência do ser psíquico profundo?
Uma das coisas que atrasa a emergência do ser psíquico profundo é o convívio com indivíduos que não estão vivendo no ser psíquico profundo.
Vocês reparem que a personalidade está tentando ser um ser psíquico. E não é a personalidade transforma-se no ser psíquico, é a personalidade parar e por um processo de alimentar os tesouros e as sementes interiores deixar vir ao de cima o ser psíquico, num processo de auto revelação suave. Isto não representa qualquer complexidade, exceto uma aspiração séria em que o ser psíquico se revela em nós. Então o ser psíquico compreende está linguagem, o ser psíquico adapta a resistência, as voltagens e as escalas do que está aqui a ser dito. As nossas entidades sociais, profissionais, pessoais, instintivas, não tem qualquer competência para lidar com estas escalas e o fracasso está em que elas por si querem lidar sem se abrirem à entidade em nós que tem o poder para lidar com essas escalas.
Eu posso ser um ser super superficial e de uma semana para outra ninguém me reconhece mais, porque eu comecei a manifestar um grau de profundidade desconsertante, mas também não saberia descrever a genealogia do ser psíquico, como é que ele nasce, como é que ele se forma em nós, mas tem a ver com o processo reencarnatório, com o lado qualitativo do processo reencarnatório.
O ser psíquico acumulou as melhores experiências e as sínteses das melhores experiência, além do que, ele jamais sai do seio da desconfiança em relação a realidade superficial, ele jamais ultrapassa essa fronteira, ele é sempre um gnóstico, ele é sempre um indivíduo que põe em questão, ele é no mínimo um grande filósofo por estrutura e o nosso ser psíquico (pode ser, geralmente é) é sempre uma acumulação de uma resposta em profundidade e não de uma resposta em extensão. O ser psíquico não está interessado na extensão do conhecimento, ele está interessado na profundidade do conhecimento, donde que para o ser psíquico não é importante conhecer muito, nem ler muito, nem conhecer muitos grupos espirituais, nem conhecer muitas coisas, para o ser psíquico é importe ir fundo numa única coisa, nem que seja um parágrafo num livro, isto é só um exemplo.
Nós necessitamos antes de ficar frente as realidade cósmicas finais ou intermédias, nós necessitamos de invocar essa entidade, essa sensibilidade espiritual mais profunda, estabilizarmos nela, com coragem, é preciso ter coragem cósmica, as montanhas físicas da Terra já foram escaladas, agora é o momento de escalar as montanhas metafísicas da Terra, isso necessita de coragem cósmica, de empreendimento cósmico, para isso é só esse movimento de deixar vir ao de cima essa entidade profunda, nesse sentido pode haver um indivíduo que é extremamente superficial quando está polarizado na personalidade dele, que inclusive é desconsertantemente superficial e que assim que consegue estabelecer a passagem para o ser psíquico, a invocação do ser psíquico, ele transforma-se num ser de uma enorme profundidade reativa tendendo a passar a uma profundidade ativa, isto é, ele transforma-se num ser que em cada acontecimento ele não reage com sua personalidade, mas reage com eu psíquico.
Um exercício que facilita profundamente a emergência do ser psíquico em nós, e o estabelecimento firme, a instituição de ser psíquico no nosso eu consciente é a contemplação de uma vela, a chama de uma vela num quarto as escuras. Esse exercício simplicíssimo que toda gente pode fazer, auxilia profundamente a emergência do ser psíquico. A contemplação significa tu olhares para aquela vela, primeiro, em três etapas. Na primeira, tomando uma consciência profunda de todas as nuances da vela, as diferenças de cor, palpitação, pulsação, movimento suave, tênue dessa vela e quando tu te tornaste completamente familiar, (pode demorar 10 minutos) passar para a concepção da vela como uma representação do teu próprio ser psíquico, até estabeleceres um perfeito princípio de identidade entre o teu ser psíquico e a vela e num terceiro estado tu percebes como a vela ilumina o quarto, tu percebes como a luz rompe a escuridão e absorves completamente essa equação fotônica essa equação de luz e vais tornando bem consciente dela, e de repente, subitamente apagas a vela e fica completamente as escuras e o exercício consiste em continuar a sentir luz.
Este é um exercício básico de invocação do ser psíquico para a superfície. No momento em que tu, depois de ter estabelecido este três passos, primeiro uma total percepção visual e colorida e movimento da chama da vela, a seguir uma identificação da chama com o ser psíquico e do ser psíquico com a chama, até que haja harmonidade perfeita, e a seguir a visão da luz espalhando-se pelo quarto, a compreensão de como o ser psíquico ilumina, e está parte final pode demorar bastante tempo, porque se trata de sentir profundamente a luz, e subitamente (fussssss) apagar a vela e no momento em que apagas, continuas a ver a luz, continuas a sentir a luz, o que se passa é que como houve uma identificação, no momento em que tu apagas a vela, a identificação serve para invocar automaticamente a luz do ser psíquico na tua consciência e tu vais sentir a luz, mas a luz psíquica. Isto é só um exercício, existe outros exercícios, no budismo é utilizado sino como um movimento de invocação do ser psíquico
Assim como a vela produz essa imersão, essa vinda a superfície, de nossa identidade mais profunda e assunção consciente de viver, e trazer ao de cima o ser psíquico, o lado interno do ser, implica indiretamente só por si, de uma forma não conflitiva, a queima de tudo o que é superficial em nós. Superficial, isto não significa que a fome, ou que a sexualidade, ou que a alimentação no sentido cuidadoso ou que a necessidade de sair de um sítio e deslocar-se para um outro sítio e de mudar ligeiramente de espaço, a necessidade de conhecer melhor uma pessoa, de travar …, (certos aspectos são essenciais do desenvolvimento) desapareçam. Mas tudo que é superficial, má ordenação de energia, desorganização de energia, tudo isso é expulso indiretamente, não precisa lidar diretamente com esses corpúsculo, com essas formações, elas retiram-se porque são opostas e contrárias a vibração do ser psíquico.
Nos mosteiros budistas existem horas dos dias específicas, assim como o sino no ocidente é utilizado para despertar o ser psíquico. O sino não é utilizado para chamarem as pessoas para igreja, a ida das pessoas à igreja é o mal menor do fato da pessoas viverem numa resposta constante à vida exterior e a igreja representa uma reorganização da estrutura psicológica em torno da verdade interna, é só isso. E a utilização dos rituais e cerimoniais das religiões é isso, é porque é tão permitido as pessoas estarem fora da realidade, que tem que haver um dia e uma hora para as pessoas voltarem, mas a verdadeira função do sino antigamente era a de despertar, a de trazer a superfície o ser psíquico, que não é o eu superior, nem é o eu consciente, que existe acima do eu consciente e abaixo do eu superior. Não é um estado de alcance longínquo, é um estado de alcance imediato.
Tu viveres conscientemente e sempre no eu superior é algo que precisa de uma profunda atualização genética e de uma intervenção inclusive dos Jardineiros do Espaço, agora tu viveres sempre conscientemente e constantemente no eu psíquico é relativamente simples e fácil de alcançar e aí entra o momento de vigilância, porque o ser psíquico sabe estar constantemente consciente das várias gradações da mente superior até a luz final, e portanto ele tem uma resposta qualitativa as situações e que inclui a participação na realidade, e não uma resposta que inclui apenas a busca da realidade.
Nós podemos chamar esse aspecto do ser: “a ponte”. Ele representa verdadeiramente a ponte entre a consciência exterior e o eu superior, sendo que o eu superior num certo grau é transcendente em relação ao eu consciente. É a zona de onde vem o sonho significativos, é a zona de onde vem as mensagens significativas, é a zona de onde vem as intuições, é a zona de onde vem a guiança, orientação interior, o eu superior.
O ser psíquico representa um estado de serena expectativa e de serena abertura ao eu superior, mas ele em si tem uma força psíquica por si, e é um hábito também da humanidade, e é uma realidade nos níveis internos e não é algo que possa ser invocado só ao longo de uma década de trabalho. Tu passares a viver sempre conscientemente no eu psíquico, no ser psíquico pode ser feito em um mês, ou em dois meses, dependendo, ou em três, dependendo, trata-se de insistir em estar sério (e este sério não tem a ver com a expressão que teu rosto está a fazer) tem a ver com em insistir em estar sério perante a existência, tem a ver com insistir em estar lúcido e sério perante as coisas da existência, atento, não automático.
Mas o ser psíquico representa uma vantagem que ele é dinâmico, enquanto que a atenção do eu consciente é um estado que inclui um grau de esforço, o eu psíquico vai se instalando, o ser psíquico vai se instalando em ti, até que ele está puro e simplesmente presente, sempre, constantemente presente e tu não te permites, mas já não é por uma questão de esforço é pelo próprio potência dinâmica do ser psíquico, tu não te permites ter reações fora do ser psíquico ou se tem reações fora do ser psíquico, tu sentes de tal forma a elasticidade da tua estrutura romper (o que dá sofrimento psicológico), tu regressas logo ao centro
Então não há nenhuma possibilidade de fazer contato com nada, sejam os níveis superiores da mente tal como se descreveu hoje, sejam os irmão do espaço, seja a hierarquia, os mestres, ou os devas, ou os anjos se não há nenhuma possibilidade, se nós não começarmos a fazer do ser psíquico um hábito, e da emergência do ser psíquico um hábito.
A emergência do ser psíquico é fácil, mas não se entende esta palavra fácil com uma coisa simplista ou que acontece de um momento para o outro. Ela é fácil, na medida em que o fato de nós estarmos interessados em espiritualidade já representa o mais difícil para atrair o ser psíquico, portanto a partir de 50% do caminho estar mais que percorrido, a partir daqui são mais 50% relativamente simples, de pedir ao ser psíquico que não se retire, de ficar lúcido no ser psíquico.
Enquanto ser psíquico tu não abres a boca com facilidade, porque tu sabes que enquanto ser psíquico que tu vais fazer coisas no éter, vais fazer acontecer coisas no éter, vais vibrar coisas no éter, vais contaminar o exterior. Enquanto ser mental não, tu até podes ter uma enorme necessidade de dizer as coisas. Enquanto ser emocional podes ter uma enorme necessidade de dizer as coisas de uma certa forma. E o eu psíquico essa parte mais profunda que observa e que consegue fazer com que não aconteça o que não é para acontecer e que aconteça o que é para acontecer.
Agora, a presença e a permanência do ser psíquico em nós equivale sempre a um grau de sua unidade na relação para conosco próprios, mais isto é uma coisa que tem sendo dita muitas vezes nesses encontros, sem um grau de auto reverência, participação no mistério de nós mesmos, e de saborear o enigma de existirmos e portanto sermos serenos para conosco próprio, ser psíquico não vem ao de cima, porque o ser psíquico exige este grau de profundidade no relacionamento conosco mesmo, o ser psíquico não vem e fica, ele não se dá, e como eu disse não é uma coisa difícil, o ser psíquico a partir desses momentos em que nós somos capazes de estarmos uma hora sentados ao ouvir falar nessas coisas, o ser psíquico é fácil, é muito fácil, é só querer ser psíquico e estar no psíquico, deixar que está sensibilidade espiritual mais aguda venha ao de cima e não deixar isto arrastar pelo fato de ter quarenta anos de experiência atrás de ti, ou vinte, ou trinta.
O ser psíquico representa uma disponibilidade quase absoluta, imediata de reavaliar a realidade, e reavaliar nossas certezas e reavaliar as nossas inércias e de incluir o novo. É um grau de plasticidade e de ressonância profunda que nada na nossa mente consegue reproduzir exceto uma mente que já foi ocupada por um ser psíquico.
Então o nosso próximo passo é ficar consciente o máximo tempo possível no ser psíquico é só um pequenino movimento e ela encaixa completamente.
Vocês observem, isto não é uma meta longínqua, nem difícil, nem é uma coisa que esteja fora de nosso alcance, se está a vir assim é porque o mestre, ou conjunto hierarquias que nos guiam sentem que este é uma passo perfeitamente líquido para nós, que nós podemos dar sem grande esforço apenas por um ato de amor.
Da mesma forma que oferecemos uma flor a alguém, oferecemos a nós mesmo estar no ser psíquico, não é para ser contaminado com uma sensação de conquista, ou de esforço, isto é um movimento suave para dentro, permitindo que pelo cultivo desta serena expectativa – que é uma palavra, uma expressão muito, muito importante: “serena expectativa” - é o cultivo dessa serena expectativa para dentro, permitir que o poder do que já foi semeado dentro de nós venha ao de cima, é esse poder que vai impedir que aconteça o que não é para acontecer, atrair o que deve acontecer e finalmente começar a dar sentido.
Estas exposições panorâmicas da realidade cósmica que de vez em quando nos acontecem, sem que nós possamos integra-lás a nossa vida exterior, mas através do ser psíquico nós conseguimos integra-las completamente. Ela é a ponte, é o elo de ligação.
Nós muitas vezes no último ano, consciente ou semi conscientemente, nós fazíamos esta pergunta:
- O que falta para conseguir ligar o trabalho interno deste núcleo com a vida exterior das pessoas que parece ser tão fora e tão pouco confirmante da realidade interna?
- O que falta para estabelecer a ligação?
- Por que está tudo pronto de uma lado e completamente por trabalhar do outro?
- O que impede, qual é o elo de ligação, que não representa propriamente um passo de gigante e que também não é a vivência na superfície estrita?
- O que é o próximo passo fácil? O que é o próximo passo coerente? O que é o próximo passo sem esforço? O que é o próximo passo sem ansiedade? O que é o próximo passo possível?
Esta invocação serena constante do ser psíquico, do lado psíquico da nossa natureza, isto estabelece a ligação elétrica e vai fazer gradualmente com que todo conjunto passa fazer sentido
Vocês entendem? Com que a totalidade da coisa passa a fazer sentido, tanto as coisas mais rarefeitas, quanto as coisas em nós que insiste em não se transformar, se nós nos abrirmos suavemente a esse lado profundo, mas não tão profundo que precisamos ficar em meditação o dia todo, se nós nos abrirmos suavemente a essa primeira sensibilidade da alma em nós, as coisas pura e simplesmente começam a acontecer.
Então é perfeitamente natural que vocês observem que alguns de nós ou todos, passemos a repelir as vibrações das personalidades uns dos outros. No momento em que eu passo a repelir a vibração da personalidade do Gabriel, eu estou invocando o ser psíquico do Gabriel, e no momento em que Gabriel começar a repelir, não confirmar, a não sublinhar, a não insistir na vibração da minha personalidade, ele está invocando meu ser psíquico e nesse sentido o trabalho faz-se de mim para o outro também, é um trabalho de mim para ti, é um trabalho de cortar o caminho, cortar o phatos, (phatos = caminho). Precisa de um trabalho ante phatos, em relação as forças da personalidade da outra pessoa. Se esta antipatia fosse uma antipatia não qualificada, entravamos em antipatia generalizada e ia ser mal, é uma antipatia perfeitamente especifica e qualificada, ela corta a vibração do ser superficial e atrai a vibração do ser psíquico, portanto é uma antipatia feita por amor.
LADO B
E aqui estamos a utilizar a palavra antipatia num sentido comum, mas com um sentido bastante especial.
E é através do cultivar inteligente e gradual desta antipatia que nós vamos poder realmente aprender a amar uns ao outros, quanto mais espontânea e verdadeira e do coração for esta antipatia, mais a natureza psíquica do outro vem ao de cima. Então vocês observem como um coração é capaz de ele próprio de irradiar uma antipatia qualificada de forma a poder atrair a qualidade específica, que nós como seres conscientes, devemos atrair nas outras pessoas.
Por que ao fim de uns anos nós não conseguimos estar mais com nossa família, especialmente se somos seres dinâmicos, isto é, seres conscientes?
Porque nossa família corresponde a invocação constante das mesmas forças e das mesmas realidades em nós, não há mistério, não há invocação do ser psíquico. Há invocação do estômago, do território, dos hábitos, do grau de parentesco, do grau de familirialidade, do tipo específico de cultura, do tipo específico de habitação, do sexo.
É por isso que os seres espirituais ou seres em processo de espiritualização profunda se afastam das famílias, eles afastam-se das famílias por amor, porque eles não querem ficar ali, primeiro, contribuindo para que as forças da personalidade da família toda continuem a crescer e também não querem asfixiar porque não tem o direito à imersão, a emergência do ser psíquico neles.
E uma das entidades mais obliteradoras da emergência do ser psíquico é a família, deveria ser exatamente o contrário, ela por estrutura, a família por estrutura deveria ser a estufa, o berçário do ser psíquico, na família deveria existir os seres que vem ao pé de nós e dizer assim:
-“Estás a ser bastante superficial nos últimos 2 dias!”.
Mas não, não só tu és superficial, como contribui para ser superficial, como és premiado por ser superficial e quando passas a graus mais profundos de entendimento, as pessoas começam a achar que tu estás a por em questão as coisas, o parentesco, o sexo e o estômago. Tu estás simplesmente a ser, apenas psíquico e num mundo psíquico o parentesco, o sexo e o estômago não existem, ou melhor, não são determinantes de nada, são secundários, operativos, terciários.
Então quando vocês sentirem que uma pessoa desse trabalho está começar a sentir um grau de aversão à família ou as outras pessoas desse trabalho, está pessoa poderá estar a sentir esse grau de aversão porque ele esta a fazer um trabalho de invocação de um outro nível mais real e profundo nas pessoas, isto é, em vez de nós acharmos que a outra pessoa não estava disponível para nós, que a outra pessoa não estava querendo estar conosco, que a outra pessoa cortou o caminho, no sentido comum, nós podemos ver a recusa da outra pessoa em alimentar as nossas forças ou a recusa da outra pessoa em estar conosco sobre a forma de um (…som de um sino).
Esta é a conquista, é ser capaz de perceber que uma nova forma de nos relacionarmos é uma forma de revelar o grupo a si próprio, esta forma não é nova, porque nós sempre nos relacionamos desta forma, isto é, os grupos começam por ter consciência da realidade psíquica e as pessoas se relacionarem como seres psíquicos. Ele começa por aí, depois vem as provas e as provas vem para todos, e as provas vêm para tentar que a conquista psíquica desapareça e regressa as forças de superfície.
Ou há uma tremenda irmandade psíquica fundada e como irmandade psíquica..., o termo irmandade corresponde exatamente a isto, ou melhor, o termo irmandade corresponde a uma mônada, o termo fraternidade é que corresponde a isto, esta vibração dos seres psíquicos completamente ativos entre si, a cumplicidade psíquica determina a energia da fraternidade no sentido espiritual é claro, a cumplicidade à uma mônada superior, cumplicidade do alto da alma, determina a irmandade, estados de irmandade.
O ser psíquico é invocado pela qualidade das relações que tens uns com os outros. Nós temos que aprender ao mesmo tempo que estamos fazendo esse trabalho em nós, passar a fazer esse trabalho nos outros. É provável que isto nas primeiras etapas manifesta um grau de…, não é de cerimonial, mas é um grau de contemplação do outro numa totalidade que não uma é totalidade da personalidade dele apenas.
E com esta mudança, vocês reparem não há forças, é só entrar na coisa sutil e naturalmente, como se fosse uma segunda natureza em nós, e não algo que vem do supra mental ou do supra cosmo, não, é uma segunda natureza, é mudar ligeiramente a natureza e já estamos atentos e abertos e vibrando psiquicamente. Se não for feito este trabalho, este movimento, de invocação, de atração, de estabilização do ser psíquico, o conhecimento que deverá ser transmitido através deste núcleo, daqui pra frente, vai ser cada vez mais inútil.
Tu não podes estar a falar coisas de um outro nível as pessoas que não estão com a superfície de reação específica para se falar daquilo, como é que nós vamos poder falar verdadeiramente, finalmente e de uma forma real, estável, do nosso trabalho consciente intraterreno de Liz, como é que nós vamos fazer isso com seres humanos que não tem superfície de resposta a isso qualificada, é estar à obrigar as pessoas a ingerir uma coisa que elas não querem, ou que não fazem sentido para elas, não tem qualquer utilidade, e estar a contaminar a pureza superior do trabalho.
Então nós vamos para casa com a consciência de que é necessário, apenas necessário, aprofundar o ser psíquico, tu falas em vigilância, no início há um grau de vigilância, mas não é tanto uma vigilância, no sentido comum, é mais um movimento interno de deixar vir ao de cima.
Tu começas a sentir mais psíquico. Há 3 fatores. Um é uma enorme insatisfação em relação ao que não é psíquico, sente fome de coisas mais psíquicas, mais profundas, mais reais, mais consistentes, mais belas, mais em função do real e do sagrado e mais em função das verdadeiras reações do ser e menos em função da cultura adquirida, portanto há uma insatisfação em relação aos objetos, circunstâncias, pessoas, situações e reações próprias que não contêm um elemento psíquico, isto é um ponto. Outro ponto é que tu começas a sentir uma enorme facilidade em responder ao espírito, onde antes era difícil, estavas inquieto, ansioso, instável, fricativo, neste movimento tu começas a desenvolver uma capacidade sem esforço de ficar estável na resposta ao espírito.
O ser psíquico em nós é capaz de pegar num livro de 2 mil páginas e não ter medo daquilo, ler aquilo tranquilamente como se não fosse nada, o eu tridimensional põe muitas objeções, vê o livro, vê que tem 2 mil páginas, vê que é um assunto abstrato difícil, vê que nunca mais vai chegar ao fim, vê tudo o que lhe serve de base para não ler, o ser psíquico olha e lê. “ A vida divina - Sri Aurobindo”, vou ler este livro e lê.
O ser psíquico é a sustentação da nossa vida espiritual, sem o ser psíquico a vida espiritual é um deserto, não é possível fazer vida espiritual sem a presença do ser psíquico. Com a presença do ser psíquico a vida é fluída, suave, leve, com provas, com momentos de crise, com momentos de quedas, com quedas, mas é sempre significativa e dinâmica, tem sumo, o sumo vem do ser psíquico e vai para o ser psíquico, não é a personalidade que vai viver isso, não sei se dá pra fazer sentido para vocês, este é o segundo ponto.
E o terceiro ponto da consciência que estás a tornar-se um ser psíquico é que tu não reages as coisas pela superfície delas. Tem se dito muitas vezes que o discípulo é um ser que reage a forças e a causas, um aspirante é um ser que reage a pessoas e efeitos, nenhum discípulo reage a uma pessoa.
Vamos nos tornar conscientes da reação, não tem nenhum interesse em estar encarnado, se minha vida for uma continua reação de coisas as quais eu já sei que reação eu vou ter, qual é o interesse de sair da cama de manhã, não interessa, não estou interessado, não estou interessado em saber que vou ter aquela reação em relação aquilo, estou interessado em cultivar níveis muito mais profundos do meu ser, mais abrangente, não quero mais, já vi como é, é muito interessante, tanto pode levar à coisas fantásticas, como pode levar à coisas muito más. Não estou interessado mais nesse nível, não quero. Isto significa que para a pessoa ter autoridade e falar dessa forma, eu tenho que no mínimo estar muito sinceramente procurando que o ser psíquico venha ao de cima e fique, porque se não, não tem qualquer utilidade estar a falar assim, ou pode simplesmente tentar, digamos, anular estas características psicológicas, o que é bastante mal, é muito grave, é melhor não fazer nada.
Agora se estás em busca do teu ser psíquico, estás em busca dessa instrução interna mais profunda e desse estado. O ser psíquico é um estado, é um calor, a Elaine tem uma expressão fantástica que é: “o ser psíquico é um acalento”. Elaine tem esta expressão, ela diz que quando sente o ser interno dela mais próximo, ela sente um acalento.
O ser psíquico é um acalento, é um calor, mais é um calor, é uma chama fria, é um fogo azul, diferente da chama vermelha da paixão etc. Ele é um fogo azul que tem uma competência muito aguda, muito aguda e uma solvência.
Uma das características do ser psíquico, pelo menos no meu caso, é a solvência, ele dissolve coisas, tem uma característica detergente muito forte, ele dissolve, dissolve estática, coisas que se prende ao nosso sistema nervoso e que ficam rodando automaticamente por pura neurose.
A invocação, e a estabilização e a presença do ser psíquico é um altíssimo destruidor de neurose, ele é um anulador de neurose, pelo simples fato que ele corresponde a autêntica frequência que o eu consciente busca. Se tu visse o eu consciente como um porta-aviões onde pode entrar vários tipos de aeronaves e de aviões, o ser psíquico é a nave pra qual foi construído o mesmo porta-aviões, enquanto que os outros são invasores. Tu sentes que é o teu ser psíquico porque há uma imediata autenticidade na relação contigo mesmo e uma obliteração de hábitos de convivência conosco próprios decadentes e caducos, um maciço de hábitos ancestrais, hereditários, não hereditários e a vinda ao de cima do ser psíquico.
Olha, pode chegar alguém e produzir uma situação na nossa existência que é tal forma violenta do ponto de vista da ruptura que imediatamente o ser psíquico é obrigado a vir ao de cima. E nós não estamos a definir o ser psíquico como um estado espiritual alto, ainda que por ressonância ele inclui frequência de estados espirituais altos, nós temos que definir ser psíquico como o estado mínimo para estabelecer ponte com os mundos internos. É tão simples! Não dá para complicar.
Existem seres que a simples presença deles invoca teu ser psíquico, automaticamente, e vocês na medida que praticam isso, daqui 2, 3, 4 anos vocês invocam o ser psíquico nas outras pessoas. Mas há seres que pela idade que tem, pela prática que tem disso, invocam automaticamente. Certos escritores, certos pensadores, sobretudo, certos lideres religiosos, eles invocam instantaneamente o ser psíquico. O Dalai Lama, ele antes de mais nada é uma tremenda concentração psíquica e quando as pessoas estão com ele, ele oblitera o que não é psíquico.
Uma pessoa nesse trabalho dizia várias vezes que é importante trazer o que está cá dentro para o exterior e o que está no exterior para interior, importante inverter isto. Eu estava a referir na sua própria linguagem ao que Aurobindo define como ser psíquico, o semiconsciente é o ser psíquico, ele é semiconsciente porque tu não precisas entrar num estado alterado de consciência para entrares neles, e viveres nele e estares nele, não precisas de praticar longas horas de meditação, não precisas de dizer nada de transcendente, mas simultaneamente ele representa já, ele representa o pequeno clik que te põe ou não em contato com o grande edifício elétrico da hierarquia, fora do ser psíquico não há eletricidade, há conhecimento, informação. O ser psíquico é o interruptor, é a garantia de que o fato é elétrico e não mero fato de informação na tua cabeça.
A Agni Yoga, mestre Morya, define a energia psíquica e o estado de serena expectativa, e define a capacidade de estar no psíquico e a acumulação de energia psíquica como o mais alto tesouro do Agni Yoga, e não é definido como nem difícil, nem impossível, nem longínquo, é definido como um passo, um tranquilo passo.
As coisas são tão simples quanto aquele pequeno grão, aquele pequeno clik, que de tão fácil, tão evidente, não é praticado, enquanto a minha personalidade continuar a viver sua vida bioquímica, psicológica normal e eu acumulo informações sobre o meu ser interno e sobre os mundos internos e ainda a minha mônada faz contato com hierarquias, porque a mônada está fazendo contatos com hierarquias, estes anos são anos em que as mônadas fazem contato com hierarquias, é completamente independente, daí o sofrimento, é melhor que o indivíduo se prepare, porque se a mônada dele está a fazer contato com uma hierarquia, por exemplo, tua mônada está fazendo contato com Antuak, um ser da 7ª dimensão, a tua mônada está começando a vibrar a frequência dele e a tua mônada está tendo o seu fogo interno avivado pela energia de Antuak, fazendo este contato interno, a mônada, e se não há ser psíquico o contato acontece na mesma, o ponto é que o teu sofrimento existencial aumenta profundamente, porque a personalidade está tentando fazer de conta que não acontece nada, ou está vivendo como se não acontecesse nada, ou está querendo persistir no esquema normal e em vez de fazermos disto uma luta, nós temos este aferidor, este piloto automático, está ponte, que é o ser psíquico, que faz a ligação e ao fazer a ligação, tudo fica tão simples.
É este patamar, este platô, dentro de ti, que te vai dar consistência e força para reagir corretamente ao embates do emocional, aos embates do físico, saúde física, as dores afetivas ou emocionais e estados mentais de confusão ou de sei lá, de não ter dinheiro, não ter casa, não ter onde, não ter como, é o ser psíquico que dá a massa consistente, aglutinação para te fazer sobreviver e tranquilamente atravessar estas correntes.
Ao mesmo tempo que o exercício da vela ou que o exercício do sino, que não é um exercício, o som do sino, ativa o ser psíquico em nós, existem coisas físicas que contribuem para a emergência do ser psíquico.
A resina de pinheiro, a resina de eucalipto, contribuem profundamente para a consciência do ser psíquico. Agni Yoga fala que a resina do pinheiro, o cheiro da resina do pinheiro, a essência do pinheiro, ou eucalipto, ou cedro, trazem ao de cima a consciência do ser psíquico.
Eu tenho um disco, eu tenho 5 ou 6 discos que trazem instantaneamente ao de cima a minha consciência do ser psíquico, obviamente que a medida que o ser psíquico vai ficando estável em ti, não é nada de complicado, a medida que o ser psíquico vai ficando estável, tu vais começando a dispensar os discos e é por isso que no centro espiritual preparatório ou da aproximação à energia espiritual há imensa música, num ser espiritual um pouco mais avançado não há música praticamente nenhuma ou há só 7 ou 8 coisas muito boas, importantes, que são consideradas válidas para um trabalho muito estrito.
Outro exercício capaz de fazer vir ao de cima o teu ser psíquico, é tu criares um nome para esse ser psíquico e em silêncio repetires o nome no centro da sua cabeça. Com algumas pessoas, curiosamente o nome exterior delas invoca o ser psíquico, vocês entendam, o ser psíquico não é meramente a consciência, o grilo falante do Pinóquio. É muito mais profundo, vem do profundo do ser, mas vem logo à superfície e fica ali estável, se tu repetires para ti próprio, pode ser que o teu nome faça isso ou não, quando o ser sente que o nome dele não faz isso, podes encontrar um nome, inventar um nome, pedir ao ser psíquico que lhe passe uma nome com o qual invoca essa consciência, é preciso muita humildade nestes processos.
Finalmente, a exata estabilização do ser psíquico em nós representa, do ponto de vista físico, no mínimo, a integral cura do sistema nervoso.
Um ser em consciência psíquica constante, é um ser que ao fim de um mês tem seu sistema nervoso completamente curado, sono, nervosismo, ansiedade, inquietação, aceleração, desaceleração, depressão, euforia, todas estas variações que tem a ver com o sistema nervoso, são profundamente atenuadas. Assunção, e a invocação, e a estabilização do ser psíquico em nós estabiliza completamente, cura completamente o sistema nervoso.
Obrigado.
Por André Louro de Almeida 1996
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