Dependendo da colaboração que o indivíduo deve prestar ao plano evolutivo, pode ser necessário o desenvolvimento de sentidos que lhe permitam o contato consciente com realidades sutis. Ele também vive etapas nas quais a consciência material experimenta a impressão de estar desligada da essência. Essa é uma prova dos corpos densos para reunir energias e afirmar sua meta. O poder da afirmação transcende limites, e a luz prisioneira na forma pode ser libertada.
Assim como há dias de sol e dias nublados, na jornada interior pode haver períodos de revelações espirituais e períodos de aridez. Quando o nível de percepção de um ser deve elevar-se, a transição para o patamar superior pode ser acompanhada de aparente afastamento do mundo espiritual. A evolução dos contatos internos tende à ausência de formas, imagens e estímulos aos sentidos. À medida que o ser se aprofunda, a energia se potencializa e se despoja de envoltórios, revelando-se mais pura e verdadeira. O avanço na senda interior se torna mais simples, exprimindo melhor a essência e dispensando gradualmente formas para manifestar-se. Vividas as etapas básicas do despertar espiritual, a consciência experimenta comunhão com a realidade interna e deixa de assistir ao desenrolar da vida nesses níveis, para tornar-se parte ativa deles.
Significativo desenvolvimento ocorre quando o ser desloca o foco de interesse da vida externa e o concentra nas verdades eternas, reconhecendo a si mesmo como ente imortal, cuja existência tem bases em níveis sutis. Maior crescimento ainda ocorre quando deixa de estabelecer diferenças entre os diversos níveis da existência e permite que uma unificação mais ampla ocorra em si. Essa unificação é requisito para que os padrões concernentes à nova humanidade possam emergir na superfície da Terra.
Ao usar mecanismos pouco acessíveis à mente analítica, a energia interna está promovendo a aproximação dos vários núcleos de consciência que compõem a totalidade do ser. Atuando em níveis sutis, os efeitos dessa aproximação repercutem fortemente na vida externa de todo o planeta e não se restringem ao reino humano.
Ao longo do percurso interno que leva o ser ao contato com a essência, a verdade vai sendo revelada. Embora seja única, cada um tem dela uma perspectiva específica. A diversidade de visão deve-se a fatores, entre os quais ser a preparação espiritual percebida em certos estágios como instruções individuais, ainda que se dê grupalmente.
Quando o ser já participa de trabalhos com o grupo interno, seus avanços podem parecer frutos do próprio empenho. Mas ninguém caminha só. Em cada passo da vida está a energia de miríades de consciências que se desenvolvem em comunhão com ele.
Se a aspiração está presente, prossegue firme, mesmo em períodos de provas. Se o desapego consegue imbuí-lo de soltura, não terá motivos para se afastar da meta. Se seus sentidos externos, a mente e o ego, reconhecerem a sabedoria existente na obediência, nas situações facultativas ele não entrará por descaminhos. Se sua existência se desenvolve despreocupadamente, sem que nada tenha em conta além da consumação do propósito, obtém forças para enfrentar obstáculos.”
Por Trigueirinho - Sinais de Figueira
http://www.irdin.org.br/trigueirinho/por/inicio.html
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