Amhaj

Para que possais trilhar a senda luminosa é preciso responder ao Chamado. Isso significa vencerdes provas, nas quais terão confirmado o vosso elo com a verdade e com a luz. Todos os seres, um dia, penetram essa senda e alcançam a Morada Celestial. Porém, eons se passam até que o ciclo se consume. Não vos intimideis frente ao mal. Não desafieis o inimigo. Não retardeis vosso caminhar pelo clamor do passado. A poeira dos tempos será lavada do vosso ser; novas vestes trajareis, e grande será o júbilo da libertação. Porém, nessa senda pisareis sobre rosas e espinhos, e devereis aprender o mistério do Bem. É tempo de justiça. É tempo de graças. Magnífico poder, o Irmão Maior se aproxima. Silenciai vosso coração e acolhei o grande amor. Tendes a Nossa paz.

Hierarquia

Saturday, November 12, 2011

Livro - A Morada dos Elísios

“Conheço-te profundamente. Há vidas acompanho teu progresso. Houve, porém, circunstâncias que te levaram a afastar-te da disciplina e da busca da verdade. Passaste por experiências dolorosas e por outras que te proporcionaram felicidade. Contudo, percebeste como era efêmero tanto o que sofrias quanto o que desfrutavas, e pouco a pouco retomaste a senda abandonada. A inquietação que desponta em ti agora é fruto dessas experiências; não lhes dês atenção. Concentra-te no que vou dizer-te, escuta e guarda em teu coração cada palavra. Elas têm valor e poder próprios, o alento de que necessitas.”

Trechos extraídos deste livro:

páginas - 11, 20, 37 e 38



É noite na Terra. Na calada da escuridão, uma Montanha emerge no mundo dos homens. Ninguém sabe exatamente onde ela fica mas, segundo as lendas, está em toda parte. Dela desprendem-se luzes misteriosas e benignas. A maioria da civilização, adormecida, não vê o que se passa no céu. Assim, não as nota, ainda mais por elas não fazerem rumor.

Essas luzes são guerreiros antigos, de movimentos ágeis e têmpera inalterável, guerreiros da paz que penetram a escuridão e desvelam segredos. Com fulgor desconhecido na Terra, alcançam o interior dos que dormem. Silenciosos, cruzam o céu indicando a trilha da Montanha. Etapa por etapa, espargem sobre o planeta a harmonia das profundezas siderais. Atravessam as dimensões do espaço, trazendo do alto aromas sublimes e levando consigo vibrações dissonantes para serem transformadas.

Um fio os une à sagrada Montanha e, onde quer que vão, ali se faz presente o que a oculto no misterioso cume. Mas na Terra a noite prossegue. Imersos num sono sem paz, os homens vagueiam de sonho em sonho, esquecidos da realidade, embora o pio de uma ave ecoe ao longe, lembrando-lhes algo, no fundo da escuridão.

Em seu rastro sutil, os guerreiros deixam marcas do imenso poder da ação silencia. Começam despertar o fogo imaterial no âmago dos que vivem a sofrida experiência terrena. Ajudam-nos a sintonizar com a Luz das luzes e a voltar-se para a eternidade.

O tempo passa veloz, embora para os homens nada pareça acontecer. A atmosfera que os cerca continua densa. Quase todos permanecem imersos na indolência milenar. O torpor imiscui-se até mesmo nas ações benfazejas, anulando-as, tornando as vidas inúteis. Poucos são os frutos que despontam, mas as luzes viageiras não interrompem seu labor.

Num ou noutro momento, alguém mais intrépido vence a dormência, ergue os olhos e as encontra.
Assim vai conhecendo os segredos da Montanha, vai compreendendo que os guerreiros são os mesmos visitantes chegados aqui antes da longa noite dos tempos. Fica sabendo, contudo, que agora não estão isolados nos cumes das cordilheiras ou irreconhecíveis nas planícies ermas onde a natureza é pura, mas espargem-se por todos os rincões.

As luzes deslizam. Parecem nada fazer, mas à sua passagem o medo vai desaparecendo dos seres. O que tocam se transfigura. A tendência á discórdia, natural na obscuridade, dá lugar á integração fraterna, como se a sabedoria começasse a permear a pequena mente dos homens.

Sucedem-se os ciclos e difundem-se notícias sobre a revoada dos guerreiros-luzes, até que chega o momento em que de modo geral não são mais estranhados. E mesmo as crianças, como se nascessem sabendo que esses irmãos existem e têm uma missão, passam a inquirir sobre os mistérios que eles trazem consigo.

O olhar dos guerreiros penetra o interior de cada ser. Dele emana amor inesgotável, jamais conhecido na civilização terrestre. Não usam palavras, e de modo sobrenatural assinalam os que devem segui-los. Seus contatos com os homens transcorrem com grande harmonia. Sua pureza desfaz os antigos rumores de que trariam animosidade e pânico. O pio da ave noturna ressoa cada vez mais próximo. Os guerreiros aceleram o labor. Já são tantos, que não é possível contá-los.

Um sinal corta o espaço e penetra a órbita da Terra. Firmes, os guerreiros ascendem pela trilha da Montanha, cujo pico parece tocar um céu rarefeito.

O alvorecer está próximo.

As luzes intensificam sua irradiação, antecipando o fim da noite. Jamais conheceram cansaço, jamais recuaram, mas agora seus raios ganham viveza extraordinária. Mergulham nas camadas da Terra, traspassam o horizonte e continuam a desvelar segredos. Nos seus reflexos fulgura a sabedoria prometida aos homens, e muitos começam a descobrir que os guerreiros conhecem não só o seu destino, mas também o dos mundos.

Nenhum ato é precipitado ou retardado. Todos os passos são dados com precisão, e os guerreiros chegam ao cume da Montanha. Uma ave daquelas alturas sobrevoa silenciosa. Os guerreiros saúdam-na. Ao longe, o Sol resplendoroso começa a se erguer. E a tarefa prossegue.

Anuncia-se o dia, embora a penumbra continue a cobrir a face da Terra. Os guerreiros, sempre presentes, voltam a revelar caminhos. Seriam eles o esteio da vida na Terra? Estaria neles o poder de conduzi-la de tal forma que não perca seu frágil equilíbrio no espaço cósmico? Lá embaixo ainda são tantas as explosões, tantos os rios de sangue, tantas as torturas! Por toda parte há homens caídos, enquanto outros perambulam indiferentes.

Todavia, no mistério do eterno presente todas as coisas acontecem simultâneas: fabricas produzem armas, corpos e almas são destroçados e a natureza perde seus ritmos ao mesmo tempo que a consciência de alguns homens se alinha com uma consciência maior.

Miríades de luzes revoam sobre todos, igualmente. Iluminam das alturas tanto os campos frutíferos quanto vigiam as perigosas usinas nucleares. Não há partícula por elas esquecida, não há palmo de terra que não receba seus fachos curadores.

Na agonia do fim e um ciclo, o planeta inteiro torna-se um mar de sangue, de lama e de gritos. Poucos percebem a aurora saudada pelos guerreiros.

É tempo do grande resgate. Aquele Que Tudo Rege ergue a mão. Os guerreiros-luzes mergulham nos abismos terrestres e retiram dali os seres assinalados. A claridade que emitem dá a cada um vislumbres do caminho. Os seres tentam erguer-se. Avançam inseguros. Eles próprios desconhecem o rumo a tomar, mas são movidos ao encontro de algo previsto.

Um umbral se delineia à sua frente e eles se detêm, indecisos. O pio da ave penetra a sua essência. No espaço imutável, os guerreiros os observam. Os seres terrestres sabem que devem seguir e, finalmente, traspassam o umbral do mundo dos homens. Descobrem então que há experiências que só certas facetas de sua consciência podem fazer, e assim compreendem o porquê de terem inúmeros aspectos, cada qual vivendo uma historia própria. Saikuma, Zernog e Bardo representam aspectos de um mesmo ser e seus nomes ressoam na sua essência indivisa com igual intensidade. Uma síntese final há de consumar-se. Mas só os guerreiros podem realizá-la.

Na transição para o dia aumenta a tensão no mundo dos homens. Enquanto isso, na Montanha, onde a paz não se interrompe, luzes no céu encontram-se com as da Terra interior. Formam uma rede que brilha permanentemente no espaço etérico. Muitos a vêem e não temem. Em seus fios circula a harmonia, um dos mais misteriosos poderes para os homens da Terra. É um tesouro que lhes pertence, mas para tê-lo junto de si precisam elevar-se, ir além de sua natureza.

Com a harmonia os guerreiros constroem a unidade em todos os rincões. Seguem as trilhas do espaço interior com maior beleza, alinham-se com mundos distantes, com outras Criações. Deslocam-se suavemente pelo espaço físico e dissipam as nuvens do caos.

Um tremor mais forte sacode o torpor dos homens e das coisas. Longo silêncio. A aurora paira sobre a civilização. Surge então um clarão novo, que reúne todo o esplendor, a mais plena expressão da luz após a turbidez da noite. Clarão reconhecido pelos guerreiros, vem do interior da parte da humanidade que despertou. Alguns desses homens se dirigem para estrelas longínquas, outros ficam na Terra e aspiram à vida divina mais conscientes do valor da humildade. Agora clamam por ela não só no tempo de angústia, e a vontade de encontrá-la é alento de toda a existência. (...)

(...) “Existe uma só Vida, um único Ser, uma única consciência: a Mente cósmica. Ela é a suprema existência e o mais vil dos mortais, a luz da sabedoria e a treva da ignorância. É cada ser vivente, a vida em cada forma.

É quem fala em mim e quem em ti escuta. É o maior de todos os mistérios e a mais simples das constatações. Em seu estado original, essa Mente cósmica é impenetrável ao pequeno eu; em seu aspecto criador, porém, mostra-se em todas as coisas, em todas as criaturas, em todos os universos.

“ O que chamas tua alma é uma projeção da Mente criadora. Do mesmo modo, o que chamas tua mônada ou espírito é uma projeção dessa Mente, percebida contudo em nível mais profundo. Teu pequeno eu também é projeção dessa Mente, só que esquecido de sua origem. Obscurecido por tantos pensamentos que a ele se agregaram, acredita estar à parte do universo e das outras criaturas.” (...)


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