Nos antigos mosteiros tibetanos havia um trabalho consciente de comunicação com o cosmos que envolvia os planos sutis extraplanetários e usava como receptores, transformadores e transmissores as energias, as entidades e os seres de diferentes planos de vida – desde o físico até os imateriais. Vários povos antigos também desenvolveram importantes coligações extraterrestres e colaboraram na estruturação de contatos extrassistêmicos. As Américas aguardaram, preservadas, a chegada de sua maturidade energética para que no momento cíclico correto sua tarefa pudesse emergir de forma pura – o que está começando a acontecer agora. No passado esse trabalho era hermético para a humanidade em geral, mas na futura Terra haverá maior participação nele por parte dos indivíduos da superfície do planeta. Hoje os maiores Centros-Espelhos planetários são intraterrenos, e cabe a eles o treinamento silencioso, interno e quase imperceptível dos novos e atuais candidatos a esses trabalhos. Este livro pioneiro aborda esse tema por meio da experiência direta de um grupo e oferece importantes chaves aos que têm afinidade com essa sublime rede de comunicações: os Espelhos do Cosmos.
Trechos extraídos deste livro:
páginas – 15, 23 a 32, 35, 36, 37, 43, e 51.
páginas – 15, 23 a 32, 35, 36, 37, 43, e 51.
É preciso cultivar a gratidão pelo trabalho interior. A gratidão é o farol que faz divisarem-se os diferentes rumos, mesmo nos momentos de crise. Todavia, a luz visível não atravessa paredes e, sem aberturas, ela não se faz perceber. Portanto, é preciso gratidão abertura, pois o conhecimento interno, que é a base das comunicações através dos Espelhos, não é escrito sobre rabiscos de antigos conceitos, mas sobre folhas em branco, virgens, nunca antes manipuladas. Desse modo o ser oferece-se ao Interno.
Quando o ser não tem qualquer tipo de ambição, ele pode observar as situações e os próprios corpos sem se envolver com as forças materiais e, assim, levá-los a um relaxamento capaz de possibilitar a realização de um trabalho que os torne mais sutis. Porém se, por ambição, o indivíduo provoca experiências a fim de se transformar, a sua ligação com planos superiores não se consolida o suficiente para sustar o aparecimento das desarmonias. Essas desarmonias são exatamente um dos motivos pelos quais deve-se ter cautela ao se conceder uma vida mais reclusa a um indivíduo que busque a consciência espiritual, pois elas surgem exatamente quando ele, ao gerir seus passos, age em proveito próprio, afastando-se da meta interior e ficando ao sabor das forças do ego.
Para a maioria dos indivíduos, a situação que oferece melhores condições de um desenvolvimento equilibrado é a vida grupal. Nela tem-se a oportunidade de manter contato sadio com o mundo externo por meio de uma atividade ordenada e, sob a aura do grupo, preservar-se não só do assedio de forças não resolvidas dentro de si próprios, como também daquelas emanadas das camadas psíquicas da sociedade.
O ego é um núcleo alimentado também pelos laços por ele mesmo criados, e estes podem ser sutis, como, por exemplo, o desejo humano de recolhimento. Sob a capa de suposta independência e poder de decisão, o ego vincula-se ao que lhe é mais cômodo; nutre-se de uma vã segurança e imagina-se um centro de atenções ao qual os demais devem render tributo. Dessa forma, acreditando ser rei, torna-se cada vez mais escravo.
Com esses conhecimentos básicos, nossa autodisciplina era, sob certos aspectos rigorosa. Estávamos dispostos a transcender o ego, o que sabíamos ser impossível pelas vias normais de controle da personalidade. Sabíamos que o verdadeiro estado de liberdade vai sendo alcançado por um processo no qual, concomitantemente a energia do ser interno eleva-se e a do ego rende-se àquela. Os obstáculos, laços e vínculos são gradualmente eliminados por meio de transmutações continuas e, finalmente, quando todo os laços humanos se rompem, o pássaro pode voar.
Naquela noite, sobre a colina, sob um céu sem luar, reverenciávamos as energias presentes, dentro e fora de nós.
A reverencia é a vitória de uma batalha sem luta, batalha em que antes mesmo do ataque, o inimigo se rende. A reverencia está na planta que se curva ao vento, na luz das estrelas que se apagam ante o brilho do sol, na terra que se transforma em leito para acolher o rio, e no rio que se molda ao caminho que o solo lhe oferece. Está no nascimento que traz nova oportunidade e na morte que prenuncia um nascer mais profundo. Está no silêncio dos que puderam chegar à Fonte do Conhecimento.
Em silêncio, recebíamos instruções internas:A vida, como sabeis, não é acidental. Ela surge da reverencia de todo o cosmos ante a Luz Criadora. Para que a compreensão de verdades sutis possa chegar até vós, a mente deve estar tranqüila, pois quando há simplicidade a verdade se aproxima. Na simplicidade conhecereis a essência de todas as coisas; no rebuscamento perdereis todas elas. A verdade não se encontra, a verdade É; porém, sem uma chama acesa como pode o fogo dar-se a conhecer?
É uma ousada aventura, para os dias de hoje, a criação de um centro de vida grupal que busque refletir uma experiência interior autentica e de comunicação com o cosmos, o que não pode ser realizado sem a sustenção de uma conjuntura espiritual. Por isso, em um grupo que trabalha com os Espelhos estabelecem-se contatos com a Hierarquia espiritual planetária.
É importante que os indivíduos coligados aos Espelhos saibam que seu trabalho básico é o de captar impressões de planos mais sutis de existência e irradiar a energia de que estão impregnadas, processo que muitas vezes ocorre inconscientemente, sem necessidade de atividades nos planos externos. Sendo a limitação humana inerente ao estágio deste planeta, pode-se compreender que um cometimento da Hierarquia só se torna viável por não visar diretamente a realização no nível material.
O caminho evolutivo vê a necessidade própria de cada ser, individualmente e dentro do conjunto a que pertence. Embora não haja evidencias de que neste ciclo os homens sejam realmente capazes de amar ao próximo, sementes de um amor impessoal já podem ser lançadas nas consciências, para que germinem em etapas futuras.
A civilização de superfície ofereceu à humanidade certa base de instrução, mas não incluiu em sua ciência o reconhecimento da diversidade intrínseca de cada ser humano, a qual, tão presente em todos os reinos da Natureza, poderia ter sido uma base para importantes ampliações de consciência.
Nesse sentido, uma transmissão dos Espelhos trazia-nos confirmações:
Os homens chegaram a compreender que um cáctus tem necessidades diferentes daquelas apresentadas por um jasmim, mas não puderam ver que se um dos seus irmãos é de origem mercuriana ele não pode ser tratado como outro de origem neturiana. Essas diferenças existem e, em lugar de compreender a essência delas, os homens deixaram que as forças da separatividade, da competição e da desunião invadissem todas as formas de relacionamento, gerando a discórdia, a incompreensão, o conflito e o caos que assistis.
Invariavelmente, diante da escolha entre um processo evolutivo e o envolvimento com energias dispersivas, o homem da superfície opta por não seguir a Lei Superior, perpetrando um estado primitivo, envernizado por uma capa de desenvolvimento material.
A Consciência que rege este planeta criou, também na vida de superfície, condições para que os homens encontrassem o impulso a se voltarem à Realidade Última da existência, apesar da desarmonia existente nos níveis materiais. Porém, a cegueira e a ilusão, trazidas principalmente pela superestimulação do campo astral-emocional, e incitadas por forças involutivas mentais, levou-os à situação de serem, na sua grande maioria, instrumento dessas forças.
Assim, para a grande maioria dos homens de hoje o caminho interior, espiritual e religioso autêntico pouco interessa. Para constatardes esses fatos não necessitais revelações; basta olhardes o estado da superfície planetária, que bem conheceis.
A situação terrestre atual sinaliza a proximidade de um holocausto global. O estado de degradação e caos no qual o planeta já se encontra é, para quem sabe ver, irreversível. Pode o homem controlar os efeitos da energia radioativa? Pode eliminar a presente contaminação do ar, da terra e das águas? Enfim, pode apaziguar as forças em conflito dentro de si mesmo? Todos conhecem a resposta para essas perguntas.
Um ser Espelho é naturalmente um devoto, um cooperador do Plano Evolutivo em diferentes níveis de manifestação. Todavia, é imprescindível que seja não-sectário e livre de toda e qualquer religião formalizada.
É simples compreender a posição dos verdadeiros servidores da Lei Superior frente às religiões organizadas. À medida que elas se definem como estrutura empresarial, ocorre a destruição do princípio religioso que lhes deu origem, e o conseqüente afastamento daqueles que o assumiram como a chama da própria vida e que, a todo custo, buscam perpetuá-la em seu próprio interior.
Diante da magnitude da Natureza Suprema, o homem deveria render-se a ela com gratidão e entrega. Muito lhe seria dado se assim procedesse, reconhecendo a sua verdadeira condição, e reverenciando os estados de consciência mais elevados. O magnífico impulso que conduz a manifestação da vida é dotado, em sua grandeza, de tal capacidade de absorção que, nele, os seres doados dissolvem-se e elevam-se, conduzidos por uma energia que eles nem mesmo sabem de onde proveio. Apenas se calam e, a essas sublimes mãos, entregam-se por inteiro.
O conhecimento profundo da religião, não intelectual, mas como re-ligação do indivíduo com os cosmos, somente em sua própria essência interna o homem o pode adquirir. A consciência da pura religiosidade não lhe é transmitida externamente. A experiência de outro pode servir-lhe de indicação, mas a verdadeira compreensão só é obtida quando, com os próprios pés, o peregrino chega às terras sagradas.
A religião é algo que exprime vida interior; portanto, não pode manifestar-se como organização estruturada, fixa cristalizada em dogmas e conceitos. Os que se acomodam a uma estrutura, qualquer que seja, e nela se apóiam, os que a utilizam para satisfazer ambições e para aliviar as pressões internas, espirituais não percebem a real religiosidade.
A vida interior, base para o conhecimento da religião, é uma atualização permanente de atitudes e estados; é a renovação constante, seguindo Leis Superiores, das respostas dadas pela consciência às situações surgidas como provas. Tal atitude pede uma abertura incondicional à transformação — não a uma mudança pré-direcionada, mas àquela que se faz valer a afirmação de que, para alcançar os altos cumes, o ser há de escalar penhascos, sem medo e sem hesitação.
O caminho religioso não é caminho tépido, de obtenção de segurança pessoal; é o retorno ao estado essencial da consciência. Tampouco é um caminho de experiências paliativas, mas a vivencia de uma entrega tão inteira, que leve o ser a nada esperar do momento seguinte. Tal estado traduz uma qualidade ainda mais profunda do que a pureza humana antes daquilo que na Bíblia foi chamado de queda e que é tão misterioso para a mente comum, que foi posteriormente relegado ao âmbito das fábulas.
A religião é, no seu verdadeiro sentido, a ponte para a unificação do homem com a Fonte de vida intemporal, impessoal e dinâmica. Tal dinamismo, para uma consciência ainda despreparada, é assustador. Por isso, um verdadeiro instrutor não abre as portas dos mistérios ao aspirante que se encontra no princípio do seu trajeto evolutivo e que, portanto, ainda não está pronto para contatar energias mais potentes do que as do mundo formal.
Quem busca a religião deve ter capacidade para abrir-se integralmente às etapas que o levarão a superar a vida individual como centro em torno do qual tudo gravita. Assim, encontrará outro núcleo de consciência, superior e mais abrangente, que passará a atraí-lo. Mais do que de sua própria aspiração e desejo, essa mudança decorre do poder de atração que esse núcleo superior exerce sobre ele. O ser não pode sustentar-se em órbitas mais elevadas, enquanto o delicado e instável equilíbrio magnético-gravitacional por ele vivido for perturbado por correntes de forças provenientes da vida humana comum, da mentalidade coletiva.
Embora sem formalidades e com poucas especificações, estávamos vivendo, como grupo, uma vida religiosa em seu verdadeiro sentido. Em dado momento, perguntamo-nos interiormente sobre o real significado da santidade, e a resposta que nos veio, transmitida pelos Espelhos, foi que, quando se busca a santidade, ela não é encontrada; só se chega a ela quando ela mesma vem ao nosso encontro.
A Instrução e o que pode ser expresso sobre religiosidade e suas manifestações são setas que levam a consciência até as praias de um grande mar.
Daí em diante ela terá que mergulhar e seguir o caminho marcado por pérolas; estas, porém, diferentes das muitas que se encontram antes de se chegar ao mar, não podem ser colhidas. São as mesmas para todos os que penetraram nessas águas profundas.
Enquanto o buscador caminha pelas trilhas da Terra, ele deve resgatar as pérolas do seu colar. Mas, chegando à vastidão das águas profundas, encontrará aquelas que a ninguém pertencem, aquelas que homem algum poderá tomar.
A consciência do homem terrestre de superfície, ao tentar liberar-se de seus condicionamentos e prisões, descobre que pode voar. Embora desconheça como fazê-lo, terá de aprender por si mesmo, o que demanda amadurecimento, crises e inúmeras provas, pois ninguém pode ensinar-lhe isso.
Tudo o que de real um indivíduo chega a saber não lhe é ensinado externamente, pois o conhecimento verdadeiro brota é do seu próprio íntimo. O contato com fontes externas pode estimular a emersão, em sua consciência, de algo. Já pronto; entretanto, quando as informações são meramente intelectuais, ficam na periferia do ser e, não encontrando ressonância com o mundo interior, não são por ele absorvidas.
A realização interna permanece secreta, em algum ponto entre a consciência e o Supremo. Não poder ser partilhada com outros, e o caminho para conhecê-la só pode ser partilhado na solidão. Estreita senda, em que só há lugar para a resposta ao chamado que faz o solitário peregrino caminhar.
A natureza dá as areias para as plantas do deserto, os pântanos para as aquáticas, os planaltos frios para a tundra e as planícies temperadas para as flores coloridas. A vida interior, do mesmo modo, oferece a cada ser o que lhe cabe. Ao devoto, traz a oração; ao volitivo, a meta; ao ativo, o serviço. Dessa maneira, percorre as nuanças da vida, a ninguém deixando faltar o que realmente lhe é necessário. A cada ciclo, um ou outro de seus aspectos predomina, manifestando o Raio que o rege.
Os que se abrem para trilhar o caminho espiritual deparam-se com fases em que o próprio ser clama por silêncio. Essas fases podem corresponder a períodos em que o núcleo interno está contemplando o regente, e, nesse caso, o impulso que chega à consciência é uma sede de águas profundas, que nenhum bem ou dom material pode saciar. É uma sede de se estar em entrega e união, sem nada saber, sem nada ver. É um estado de abertura e, ao mesmo tempo, de soltura, pois essa sede está embasada na entrega. O ser não busca elementos de compreensão, pois na verdade, nada almeja; apenas está aberto, e não persegue nem mesmo o preenchimento que lhe poderá advir.
Tal necessidade de silêncio torna-se mais evidente quando está se encerrando para um indivíduo a etapa de serviço que se expressa apenas como atividade externa. Nesse momento de fecunda interiorização, é-lhe pedido maior despojamento e a permissão de que nele seja feita, de modo mais pleno, a vontade superior. Quem experimenta essas fases de silêncio deve compreendê-las, para saber que não se trata de um processo meramente pessoal, pois, quando legítimas, constituem pequeninas peças do grande mosaico que espelha o Plano Evolutivo.
É necessário que certos indivíduos possam trabalhar e viver em solidão, tendo como única fonte de impulso o próprio interior, e que sua expressão seja um elemento de harmonia no planeta como um todo.
Não vós está sendo pedido insulamento, mas sim um recolhimento profundo, que vos aproxime da união real e vos distancie da superficialidade das ligações humanas. Tal passo equivale a abandonardes parcas gotas d’água para finalmente mergulhardes no grande oceano da vida.
Quando esse processo é correto, quando ele é realmente o que cabe ao ser, ele é prontamente reconhecido. A consciência estará muito mais integrada à essência e ao propósito da Vida ao seguir essa indicação, do que ao se ajustar às situações que não mais lhe correspondem.
A disposição de estar no lugar correto e de reconhecer no profundo do ser a própria energia é básica para que possais trabalhar em colaboração com as Hierarquias.
Nem a autocompaixão, nem a autopunição, nem a complacência com os erros vos é indicada. Se vos parece que a energia da vossa Chispa interior está suficientemente forte para trazer claridade aos vossos corpos materiais, sabei que maior desapego deveis ter por vosso processo e maior entrega deveis realizar para permitir que a Luz interna transpasse as densas camadas do vosso consciente.
A energia, assim como a luz do sol, doa-se a todos igualmente; como a chuva faz crescer as plantas, sejam boas ou más. Se há boas sementes, delas nascerão bons frutos; se não há, serão as ervas daninhas que crescerão. Cabe ao atento lavrador saber que sementes lançar em seus campos e como deles cuidar para que os frutos venham a ser sadios e úteis, e dêem novas sementes.
A capacidade de ação foi dada ao homem não para que agisse segundo suas própria idéias, mas para que aprendendo com a sabedoria da vida, fizesse valer o positivo sobre o caótico. Entretanto, nem mesmo isso ele pôde ainda compreender.
A rendição do ego ao Poder supremo do ser interior está a possibilidade de o homem transcender a Lei do carma material. O carma humano é parte da bagagem energética do ego e, só depois de esse núcleo ter sido absorvido por um plano superior, é que a Lei evolutiva pode conduzir o destino do homem segundo parâmetros cósmicos.
Download deste livro: http://www.4shared.com/get/Ip48TkaD/1992-Histria_Escrita_nos_Espel.html
Áudios sobre este livro:
No comments:
Post a Comment