As ondas sonoras, sobretudo a fala, têm um valor que em geral não percebemos. Interferem no equilíbrio do espaço que nos circunda e do nosso espaço interior. À medida que tomamos consciência disso, começamos a compreender a Lei do Silêncio e a usufruir os benefícios de observá-la.
Palavras nada mais são que o som dos pensamentos. Podem produzir formas diversas nos vários níveis de manifestação da vida. Hoje já se sabe, cientificamente, que até a matéria concreta se reestrutura em resposta às vibrações das palavras e pensamentos. A organização das moléculas modifica-se conforme nossas emissões, forma padrões mais ou menos harmoniosos. E que dizer da resposta das planta, dos animais e dos nossos semelhantes a essas influências?
Palavras criam formas também nos níveis sutis do ambiente e podem provocar perturbações ou ajudar a consolidar a paz. Há nesta época, no plano mental de todo o planeta, incontáveis formas discordantes, desarmônicas, e a maioria dos psicólogos e psiquiatras ainda desconhece que grande parte dos distúrbios mentais e cerebrais da humanidade é causada por isso.
Para não incrementarmos essa obra destrutiva, para não agravar a desordem, devemos manter, tanto quanto possível, a consciência na realidade do Infinito. A princípio essa realidade nos parece demasiado abstrata, mas com o exercício da elevação dos pensamentos conseguimos ultrapassar as camadas psíquicas densas terrestres e chegar a níveis de existência cada vez mais abrangentes.
A mente não deve deixar-se capturar pelos fatos da vida cotidiana, mas tem de se erguer daí. Embora precise ser usada nas resoluções praticas do dia-a-dia, deve manter-se nelas apenas o tempo necessário e então alçar vôo.
O pensamento, como o som, propaga-se em ondas. São ondas que atraem vibrações afins. Um pensamento nosso, portanto, pode ampliar-se muito e adquirir força incalculável, pois se une com outros de natureza semelhante. E, se não for um pensamento de paz, de harmonia e de amor, pode tornar-se, em especial nesta época, uma avalanche de negatividade.
Por outro lado, sons “silenciosos”, de mundos distantes”, vibram sem cessar em nosso interior e ao nosso redor. Abrem caminhos, trazem oportunidades inauditas, desvelam um novo tempo. Só não nos são acessíveis normalmente por causa do nosso descuido com respeito às vibrações que geramos. Mesmo as pessoas mais ocupadas poderiam dedicar pelo menos alguns momentos do dia a refletir sobre esses mundos elevados, poderiam cultivar receptividade a eles. Serviriam assim ao mundo material de maneira mais efetiva do que apenas com atos externos e utilitários. Na atual crise do planeta essa é uma atitude muito necessária.
Sinais de Figueira Nº 11 Maio a agosto de 2006
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