2ª Raio Cósmico
O amor é a capacidade de coesão, de união. Se não existisse, prevaleceriam as forças contrárias à unidade, e o universo se desintegraria com todos os seres que fazem parte dele.
A expressão mais límpida do amor é em geral misteriosa e desconhecida, pois a maioria o confunde com afeições pessoais, com possessividade e dependência.
No caminho do descobrimento do amor universal e puro, podemos ficar estacionados em uma de suas etapas, apegados a pessoas ou a situações. Por não o compreendermos como uma energia cósmica, infinita, desconhecemos que encontramos uma expressão dele mais profunda e abrangente toda vez que renunciamos aos nossos objetos de amor.
É a sabedoria que traz essa compreensão e dissolve ilusões emocionais e mentais. A sabedoria, aspecto mais elevado do amor, traz a sensibilidade interior, o conhecimento intuitivo da real necessidade dos demais seres. Portanto, dá-nos a capacidade de ajudar sem interferir.
A sabedoria indica a direção real e correta a ser seguida. Pertence ao coração, e não à mente analítica e discriminadora. O amor-sabedoria traz compreensão sem requerer pensamentos lógicos, e nele não há enganos nem ilusões.
O amor comum leva o ser a identificar-se com as formas externas, a iludir-se com aparências e circunstâncias. Está sujeito ao ritmo da evolução natural, que tem avanços e recuos. É, portanto, incerto e sofre influência das forças antagônicas, que restringem a pessoa sobretudo a resolver problemas de subsistência no plano físico, a satisfazer carências várias no plano emocional e a manter preconceitos no plano mental. Nesses planos há muitas carências, e o engano dos que são movidos pelo amor humano, comum, está em considerá-los o único instrumento de ação e de vida existente.
Por outro lado, o amor é sábio quando libertador, curativo e impessoal, quando nos leva ao encontro das necessidades dos semelhantes e do universo em que estamos inseridos. Movidos por ele, estabelecemos metas em consonância com a evolução da vida. O amor sábio nos impulsiona a buscar o essencial e não as aparências, sempre efêmeras. Faz-nos ver o que há de positivo em cada circunstância, sem nos deixar limitar por nada.
O amor sábio não se restringe ao reino humano. Transfigura e aperfeiçoa tudo o que toca. Assim, o que está limitado se expande e se integra no que é a sua mais interna essência.
O amor sábio torna o ser humano compassivo e disponível para tudo e para todos. Devotado à consumação de propósitos elevados, é irradiado por fontes cósmicas.
E se nos perguntarem como chegamos ao amor-sabedoria, responderemos que se trata de um caminho misterioso, trilhado pela renúncia ao que já foi conseguido e pela oferta desinteressada e incondicional do melhor que existe em nosso ser.
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