O contato com mundos supra-sensíveis é imprescindível para que a vida possa fluir num ritmo correto. Não podemos contar só com a consciência externa, a chamada consciência de desperto, pois ela é limitada às vibrações mais densas.
Com muita facilidade a vida humana toma rumos diferentes dos reais. Ao atribuirmos especial importância ao que experimentamos durante o sono e ao estimular as pessoas a observarem os próprios sonhos, não é nossa intenção induzi-las a fugir da realidade cotidiana, mas convidá-las a buscar em outros níveis os elementos necessários para que o dia-a-dia seja vivido conforme sua verdade interna, e não contrariamente a ela.
Durante alguns anos, fiz uma experiência muito significativa com carma yoga, ou seja, com o yoga do clareamento do destino. Eu pretendia equilibrar o que fosse possível em meu carma humano e ficar então mais livre para o serviço ao mundo em geral, desligando-me de interesses particulares, que tomam tanto tempo. Como me concentrei nessa intenção, minha vida humana começou a mudar e novas conjunturas se apresentaram, oferecendo-me a oportunidade de resgatar débitos anteriores por meio da prestação de um serviço incondicional e desinteressado. Nesse período, vi que se não estivesse bem apoiado numa vida lúcida de sonhos, não teria podido enfrentar corretamente certas situações, das quais não tinha nenhuma experiência.
Quando fiz essa oferta íntima e profunda passei a ter sonhos instrutivos, que me guiavam e me mostravam o que devia ser transformado. Então, com segurança, entregava-me à transformação indicada. Na prática aprendi que os sonhos podem ter papel muito relevante em nossa ascese espiritual. Mas devemos estar atentos quando tivermos sonhos que são estímulos espirituais. Eles podem ser não só distorcidos pelo material arquivado em nossa mente despreparada para esse tipo de vibração, como prejudicados pela opinião de conselheiros e amigos, nem sempre receptivos ao incomum. Há, portanto, inconvenientes em compartilhar esse tipo de sonho, a não ser que a pessoa para quem o narramos esteja em sintonia com nosso processo espiritual, por estar vivendo conscientemente o seu próprio. Devemos falar de nossas experiências internas apenas se houver razão profunda para tanto e, assim mesmo, com a pessoa certa. Caso contrário, o efeito delas se dilui. A menos que a sua revelação ajude os demais, ou que nosso interlocutor tenha condição de esclarecer-nos acerca de algum pormenor que, porventura, tenha permanecido obscuro, o ideal é guardar conosco a vivência desses sonhos. Ainda mais: caso não estejamos seguros do seu sentido ou de sua extensão, é prudente silenciar, visto que corremos o risco de transmitir ao ouvinte a nossa insegurança, o que pode ser nocivo.
Falar de uma experiência de forma inadequada, compartilhá-la com qualquer um, bloqueia o fluir da energia espiritual pelos sonhos. Outro fator que perturba esse delicado processo é estarmos de tal forma ocupados com atividades que a personalidade considera importantes, que relegamos a segundo plano a vida de sonhos. Com essa ilusão, acabamos por não valorizar devidamente a nossa fonte de sabedoria, dificultando, assim, manifestações do supraconsciente.
Se toda vez que nos defrontássemos com um problema físico, emocional ou mental, mantivéssemos abertas as portas para a consciência superior, de lá nos chegariam as soluções. Na verdade, o mais importante não são as respostas, mas a energia espiritual trazida pelo sonho -que sempre acarreta modificações na consciência.
Por Trigueirinho
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