O único propósito para um ser se encontrar na Terra, nesta fase, é espelhar a luz do centro do próprio ser – Lei do Desígnio.
Esta encarnação é de síntese, ela fecha o laço de centenas e centenas de encarnações.
Vida cármica, vida dármica, vida de serviço à humanidade são coisas da luz, do bem, são grandes conquistas do comportamento colectivo, darma e o serviço aos outros, mas um ser tem que elaborar, dentro dele, este átomo de consciência e compreensão no qual ele estabelece, para si, que existem muitas realidades paralelas ao verdadeiro motivo para ele estar cá e estas realidades são muito belas.
Qual é o coração que depois de ter visto, com olhos claros, a situação do mundo, não quer aliviar a dor neste planeta? Mas os 144000 não estão na Terra para remover este espinho mas para louvar a Fonte, porque quando o indivíduo tira espinho e não louva a Fonte, daí a pouco, ele tem o espinho cravado nele.
Este grupo lúcido, espalhado em todo o planeta, revela-se a si próprio na sua vocação quando perceber que não está aqui nem mesmo para servir a humanidade, mas para fixar um quantum da vasta majestade do Cristo neste planeta.
Quando um ser entra no nível mais interno de si mesmo, quando a conquista passa a ser a de um vácuo interior no qual a Presença pode nascer, tu passas a ser um retransmissor para muitos trabalhadores da luz.
Há um momento em que a Grande Vida diz à pequena vida:
– Agora as portas do templo vão-se abrir. Nós precisamos de pilares, de eixos, de pedras vivas.
– Mas eu não sei como é que se espelha, nem sequer sei o que é a luz do Cosmos Superior!
Neste nível, é a própria luz que vai possuindo o indivíduo gradualmente. É a própria radiação superior do Universo que vai atravessando as redes energéticas até se instalar totalmente nos teus centros, nas tuas células, nas tuas glândulas, no teu corpo etérico, na tua consciência.
O indivíduo só está confuso porque não cumpre a 1ª Lei que é: “Amar a Deus acima de todas as coisas”, porque se ele se vira para esta primeira Lei, toda a sua estrutura energética se organiza em pirâmide, que é a ligação da personalidade à mónada.
A pirâmide é a estruturação vibratória que acontece quando o indivíduo cumpre a primeira Lei. Portanto, eu tenho que aspirar à transferência da líbido (energia psíquica) ao ponto de amar a Fonte acima de todas as coisas.
A energia psíquica é como lava, é todo o teu desejo de Ser. Isso vai absorvendo patamares de experiência em função de objectos de desejo.
O 6º Raio é a energia encarregada pelo Cosmos de nos anunciar um objecto de desejo cada vez mais alinhado com a Fonte. É a vibração cósmica que nos apresenta novos alvos para a nossa necessidade de fusão.
A 1ª Lei é uma lei de transferência de desejo “Amai a Deus acima de todas as coisas” e o que esta lei diz é que é-nos possível aspirar a que a nossa vida astral e de sentimento se liguem à Fonte donde emerge uma suprema nutrição afectiva – isto é o maná dos deuses.
O indivíduo da luz, que está integrado à corrente ascendente da Terra, precisa de pedir que a sua capacidade para a vida seja expandida até ao momento em que o indivíduo queima tudo aquilo em que toca, isto é, nada na criatura a satisfaz só o Criador, porque o 6º Raio leva-nos do amor à criatura para o amor ao Criador.
Todo o ser que já viveu uma espiritualidade real, não explícita, sabe o que é espelhar a luz que vem do cosmos superior. Todo o ser que já viveu a entrega em vidas anteriores, melhor ou pior, sabe o que é espelhar a luz central. No fundo, os protocolos de ascensão e revelação da luz central estão prontos. A Hierarquia já instalou a rede principal lá, no centro do teu ser. O olho já acordou, é viver a 1ª Lei. Ficar sentado aspirando à última transferência do desejo.
Se eu tento viver a 2ª e a 3ª Leis, que são leis secundárias – receber/transmitir energia, curar o outro – isso é o jardim do templo onde o indivíduo é frágil, é ondulação, mas a consciência amadurecida já está pronta para subir os 3 degraus e entrar no átrio e, pelo menos, ficar ali.
Tu chegas ao ponto de correcta captação e transmissão da força e da energia quando eminentemente tu sabes que és atravessado pela Vida e quando transferes a consciência do veículo para a Vida que te atravessa. Aí tu não estás mais a colorir a energia.
O que está aberto para nós é o fim do medo.
Num Templo temos: O Jardim
Os Três Degraus
A Porta
O Átrio
A Nave
O Altar
O Sacrário
Cada um destes níveis são iniciações o que significa etapas de anulação da dualidade – Eu e o Divino.
No Átrio tu vês o que está lá ao fundo no Sacrário.
No Sacrário a consciência, tal como a entendemos, extingue-se.
Esta resposta instintiva à manifestação de uma luz maior nesta planeta é algo que demora anos a cultivar e que, nos últimos 2000 anos, temos vindo a acumular na parabólica do corpo causal, aquilo a que Jesus chamava “Tesouros no Céu”.
Interiormente vocês são lindos! Fixem-se na luz que são.
A Transfiguração é a condição essencial que os 144000 deverão demonstrar entre 2008 e 2015. É a condição mínima através da qual os guindastes da Confederação Intergaláctica te podem usar como elo de tracção planetária. Os 144000 são elos para os guindastes da Hierarquia.
Descalça os sapatos, alinha-te, lava a memória dos dias, verticaliza-te e entra no Templo.
No Átrio o ser humano descobre-se como imensamente amado por algo que está no Sacrário que ele não consegue explicar. No Átrio tu sentes, assimilas o amor que não tem nome. Neste Átrio todo o processo encantatório dos Jardins ficou para trás e tu ficas na Câmara e aqui é como se houvesse orvalho celeste.
A chuva celeste, ou seja, o baptismo, acontece no Átrio mas eu só chego a este Átrio depois de subir os 3 Degraus e estes 3 Degraus são a renúncia a querer resolver em mim, por mim, os meus assuntos – é uma lucidez maior, é o indivíduo perceber que aqueles problemas, aquela confusão, aquele labirinto, aqueles impasses são o que são porque o trabalho principal não está a ser feito.
A radiação que vem do Sacrário tem o poder de dissolver, em profundidade, todas as circunstâncias da tua vida e produzir a eclosão de uma harmonia profunda na personalidade. Só que, quando nós entramos no Templo ainda trazemos pedaços do Jardim connosco.
Nós entramos no Templo como se a nossa mente começasse a organizar deuses, depois vêm as memórias da religiosidade de infância, ficam ali visualizando imagens do sagrado – Maria, Ísis, Morya, S. Germain – imagens completamente válidas mas são “rouxinóis” porque se eu quero saber o que é Morya, está lá dentro do Sacrário. Se eu quero saber o que é S. Germain... S. Germain hoje é um Mestre Ascenso que foi destacado para Andrómeda! Morya é o novo Manu da Humanidade, é o novo coordenador do 1º Raio na Terra, Ele ascendeu à condição de Manu, está a entrar nesse posto.
Nós nunca vamos saber quem estes seres são olhando para as imagens deles no Átrio, eu preciso de dissipar estas imagens destes últimos “rouxinóis”.
Quando entramos no Sacrário é para uma experiência de união. O Átrio serve para eu ir despindo o que resta em mim do Jardim. Sem estares nu tu não entras na nave principal, tu ficas no Átrio a repetir o impasse entre o Jardim e o Sacrário. O Átrio é uma antecâmara de lavagem.
Quanto mais eu tenho a ilusão de que as coisas se vão resolver sem a 1ª Lei, mais difícil é sair do Átrio e entrar na Nave (a alameda principal do Templo).
Ao entrar no Templo do nosso ser interior, a linguagem, a partir de um certo ponto, pára.
Eu entro no Templo para Ser e o que eu deixo fora do Templo, a minha vida tridimensional, não tem, no fundo, solução, sem que eu faça este trajecto até ao Sacrário.
Se tu és um servidor cósmico tu não vais para uma vida nem cármica, nem dármica, nem mesmo de serviço, tu vais para conseguir trabalhar num planeta cuja superfície é antagónica à luz, tu serenamente, impressionas os éteres com o fogo interno. Se eu não faço esta busca do fogo que está no Sacrário, eu perco consciência do meu destino. Então, tu, no Átrio, lavas-te da linguagem até que entras na condição da oração sem palavras (Teresa d’Ávila) ou Contemplação.
A Contemplação é um estado em que tu te deixas levar pela corrente que atravessa o centro do Templo – a Nave.
Há uma corrente que continuamente liga o Átrio ao Altar, se eu consigo pôr os pés naquela corrente eu sou puxado através da Nave, mas essa corrente é tão subtil, tão refinada, que ela ressente-se das nossas bagagens.
A 1ª Lei é a Adoração e como é que eu chego à condição de Adoração? Há um núcleo em ti que é Adoração, então, eu preciso ficar na condição atenta, transparente, sensível em termos da ternura para comigo mesmo porque as forças involutivas, o que elas tentam danificar em nós, é a ternura para connosco próprios.
Sente que tu és o Cosmos, que és o Mandala e vais perscrutar em ti onde está a Adoração.
Se o núcleo não está na mente, nos pensamentos, desligas e vais mais para o fundo. Vais-te descartando de camadas até que há um momento em que não tem nada e tu chegas àquele núcleo em ti que é Adoração. Quando chegas aqui o corpo emocional ganha asas e esse é o último estágio da líbido. É quando o intenso apetite pela vida (sob a forma de afecto ou energia sexual) ganha asas que o teu corpo astral se eleva.
Os nossos corpos não aguentam mais a pressão exercida pelo exterior, daí o desequilíbrio que se observa nas pessoas porque o planeta entrou numa fase de síntese e as correntes internas e externas extraterrestres estão a começar a activar força e luz em graus cada vez mais altos e, entretanto, os nossos corpos precisam de acompanhar esse movimento – o físico, o mundo da líbido (desejos e sentimentos superiores) e o mundo da mente – precisam de receber a luz que vem de dentro. Precisam de receber uma iluminação a partir do núcleo de Adoração até esse núcleo despertar em mim, ligar isso como um foco e iluminar a personalidade inteira.
Eu preciso de ir para o fundo e a partir daí eu tenho a luz que derramo sobre os corpos, e os nossos corpos não aguentam muito mais tempo sem esta luz, sobretudo os corpos dos seres que vieram para fazer um trabalho interno.
Aprende em ti, por ti, em liberdade e com os teus próprios passos, a ligar a luz secreta dentro de ti e a dirigi-la para a parte exterior do teu ser. Este é o trabalho.
Transcrição de Alice Jorge
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