Directa ou indirectamente, nós temos que tomar consciência de que existe um tipo de poder em nós que está tão longe da consciência tridimensional quanto a vida de extraterrestres está da consciência da humanidade.
No combate externo, o guerreiro domina a sua arma, no combate interno, o guerreiro é dominado. Ele é uma esfera hermética que não tem porta. Como é que se tem acesso ao centro, ou à zona mais interna da nossa própria estrutura? Como fazer contacto com a nossa realidade interna uma vez que não é um tipo de porta que possa ser forçada?
Quando nós estamos perante um reino para o qual não há entrada, o processo de entrar é: ou estás fora ou estás dentro. Existe um alinhamento vibratório entre a consciência que bate à porta que não existe, e a realidade oculta no interior da esfera.
Nós estamo-nos tratando aqui uns aos outros como esferas portadoras de um fogo precioso. É um trabalho que se afasta das disciplinas psicológicas, das disciplinas de auto cura e parece ser um trabalho que não visa o auto conhecimento, excepto que, na proporção em que eu aprendo a impregnar em mim a frequência código de informação que emana do centro da esfera, eu estou a conhecer-me a mim mesmo a níveis muito altos de consciência.
A fundação da paz, está directamente ligada à activação de graus até agora secretos da actividade do coração. O tipo de actividade cardíaca a que os seres humanos estão sujeitos, implica quase sempre uma troca, ou, pior, uma exigência, é a sombra do amor cósmico na vida emocional, na vida psíquica.
O problema da formação do guerreiro é, obviamente, o problema da paz eterna. Então, o nosso trabalho começa na descoberta desses níveis ígneos cada vez mais incandescentes que nos habitam num processo de fidelidade ao tipo de energia que desce. Aquilo que se chama classicamente um aspirante, é um ser que se relaciona com o meio e está a aprender a se deixar impressionar pelo seu próprio centro de consciência.
Uma pegada na água dura muito pouco tempo, uma pegada no ar nenhum, mas uma pegada na terra já fica, e se a correcta mistura entre água e terra estiver presente, então fica um desenho durante bastante tempo. O trabalho de um discípulo, já não dum aspirante, mas dum discípulo, é permitir registar durante o máximo de tempo possível, o máximo de precisão possível, o máximo de profundidade possível esse selo, esse cunho, essa insígnia que é impressa pela nossa mónada na nossa alma e que produz uma onda de magnetismo sobre a nossa consciência e sobre a nossa mente. O trabalho de um discípulo é manter-se sob essa impressão. Em muitos aspectos é semelhante a tentar gravar um pássaro, com um equipamento de som, no aeroporto. A nossa condição interna, psicológica, geralmente emite uma quantidade enorme de ruído, o corpo emocional produz um tipo de ruído, a mente indisciplinada produz outro tipo de ruído, o meio ambiente produz outro tipo de ruído, e contudo, por detrás dos aviões, do rugido das máquinas, o pássaro está lá. E nós precisamos de desenvolver uma humildade acústica interior, ouvir, e não deixar nunca de ouvir, a pequena voz do coração. Isto é o significado do termo evangélico "Crianças".
Criança, do ponto de vista iniciático, é um ser que nunca, em nenhum momento, se permite a surdez, porque o pássaro está lá e o trabalho consiste em desenvolvermos uma capacidade de nos ouvirmos a nós mesmos, idêntica a um microfone de longo alcance que é um microfone que no meio do ruído, se tu o apontares para aquele ponto, grava apenas o que está a acontecer ali.
Necessito de desenvolver esta disciplina dentro de mim, para isso necessito de aprender a amar. Amar o milagre da visitação, de sermos visitados pelas nossas dimensões superiores, tornarmo-nos crianças perante este facto interior. Compreendermos que o ensinamento da vida, o facto de em circunstância alguma a vida desistir de nós e simultaneamente, nós nos apercebermos e aprendermos a confiar no acto que está por detrás da nossa criação. Nós precisamos de começar a trazer todas estas verdades abstractas superiores, aéreas, todos estes planadores cósmicos, toda esta informação e esta carga para dentro do coração.
E tu sabes que estás a começar a amar o teu ser interno, porque o tipo de sorriso que se implanta em ti e a vibração que se espalha na tua aura, não é imitável através de nenhuma brincadeira psicológica conhecida.
Quando tu és visitado por uma energia, que não é sintetizável por nenhuma equação psicológica conhecida, além da gratidão que é literalmente a condição do mendigo a quem se dá uma côdea de pão, e essa é a nossa condição no momento em que a energia interna vem até nós, é necessário amar a visitação, a ancoragem, a justa posição dos circuitos, é necessário amar o contacto interno, como se ama uma criança, porque a voltagem, a gradação entre a nossa consciência externa e essa transpiração interior, o grau de contacto entre essa presença dentro de nós é a resposta que nós damos, exactamente como uma criança, expande e contrai e aborta e nasce.
Nós temos um problema de manutenção da vida crescendo dentro de nós, temos um problema de alimentação, nutrição, assistência.
É uma planta que está destinada a transformar-se na mais potente árvore no centro da floresta da nossa consciência, até que essa planta possa ganhar força, ela está sujeita a todo o tipo de invasão e como a árvore que está a nascer dentro do guerreiro por esta semente, é a semente da paz, ela vai ter inúmeros inimigos.
Estes seres deveriam começar a ritualizar a relação consigo mesmos e reaprenderem a tratarem-se a si próprios, pôrem um pouco de parte o velho ser que conhecem e que é a soma de todos os hábitos que têm acerca de si mesmos, pôrem um pouco de parte o à vontade que têm consigo mesmos (este à vontade psicanalítico freudiano que as pessoas desenvolveram) e começar a revirginisar a relação connosco próprios até descobrirmos que nós não sabemos absolutamente nada de quem somos.
Nós sabemos que temos um nome, uma cultura e uma língua, quase tudo o que nós sabemos acerca de nós é um jogo de espelhos, e as pessoas transportam energia psicológica de uns para os outros numa rede semi diabólica na qual nós nos imobilizamos, e o trabalho, quando vem uma energia do tipo Saint Germain, esta energia, vem não para nós criarmos um ritual, um sétimo raio localizado lá em casa, naquela cadeira às cinco e meia da tarde. E a energia cósmica do ritual que é o Universo - é tão ritual que o meu corpo não se dispersa em milhões de partículas porque há uma energia de ritual que a mantém coesa. A velocidade com que os electrões giram em torno do núcleo, e que permite um tipo de molécula e não outro, é um ritual subatómico. Se os electrões começassem a andar mais depressa ou se deixassem de se comportar como estava previsto, nós dissolvíamos imediatamente. Eis a potência do ritual cósmico, é tão forte que está à nossa frente e não damos por ele, e se vem uma energia do tipo Saint Germain, começa a aproximar-se de um âmbito de um ambiente, não é porque as pessoas criem um reduto e um ritual com princípio, meio e fim, que é todo o consenso do que é que deve ser a nova era, que é baseado na ideia de um ritual. Toda a nova era vive neste ambiente de velas e incenso e vive no ritual dos seres irem para a serra dar as mãos e chamar o deva do passarinho, e chamar o arcanjo Gabriel, felizmente ele não aparece, senão, toda a gente ficava estorricada.
Esta ideia de ritual é completamente arcaica, é completamente superada e alimenta a separação em nós. Agora, a separação está em nós e é quase um acto metódico reconhecer que existem rituais em nós que nos organizam perante a realidade cósmica e que nos permitem, perante o imenso anti ritual que é a vida da civilização na superfície da Terra, que é a cultura vigente, então as pessoas criam ampôlas de ordem espiritual no tempo e no espaço. Quando Deus não está presente, é necessário um intermediário.
O ponto é que neste momento, Deus vai-se tornando cada vez mais presente na medida da nossa capacidade de sermos plásticos mentalmente, emocionalmente, fisicamente, comportamentalmente. Eu necessito de perceber que, o que a geração anterior fez da existência neste planeta, não tem de ser repetido. Eu não honro a minha geração, a geração dos meus antepassados, repetindo o que eles fizeram. O Universo reproduz-se sob a forma humana para ir além, a vida não tem a mínima necessidade de repetir experiências. A vida em nós tem uma capacidade de aprendizagem, de assimilação e de auto superação ígnea.
Todas as nossas doenças dizem respeito a descompaços entre a vida em nós e a forma como nós a tentamos exprimir. O que actualmente está no ar é o alargamento, a expansão da cintura do ritual até que eu perca os contornos, até que eu não consiga mais perceber o que é ritual e o que é vida comum. Esta é a energia que transforma a existência. Tudo é ritual.
Enquanto um aspirante é um ser que está aprendendo a fixar uma impressão que vem dos mundos internos, um discípulo já vive constantemente dentro dessa impressão. Um iniciado parece ser um ser que impressiona o meio ambiente. No início tu és impressionado pelo meio ambiente, no fim tu impressionas o meio ambiente. Tu recrias a realidade.
Todas as circunstâncias em torno de nós são uma rede causal composta por organizações de força. A partir do momento em que a Humanidade cria uma potente forma de pensamento - cinco biliões de estações de rádio a emitir a mesma nota - estão a criar um acto mágico poderoso que mantém o planeta espartilhado dentro dos limites daquilo que se determina ser a opinião pública - a opinião pública é uma espécie de anel "não passa" que, no grau em que ela for sendo permeada pela luz, permite a aterragem de novas energias e de novas realidades. Isto é, a Humanidade obseciona-se a si mesma, ela cria o seu próprio alcatrão que a impede de ver alto. E o guerreiro é o ser que está sendo formado para dissolver a forma-pensamento mundial. O guerreiro está sendo formado para ancorar em si uma estação de rádio que possa emitir com uma potência, uma qualidade e uma realidade maior. Nós somos estações de emissão. Até à data, fomos estações de recepção e vivemos um contínuo acto mágico sermos impressionados por uma forma-pensamento que é alimentada por cinco biliões de funcionários. Portanto, a noção de liberdade e de libertação, é directamente proporcional à capacidade de, numa primeira etapa, pôr em causa essa forma-pensamento, essa máscara acerca do que o planeta é, do que a cultura é e de para onde tudo isto vai. Primeiro, conseguir criar um grau de observação disso e em segundo lugar, de passar de assimilador de uma estação de recepção a uma estação emissora em que tu te tornas um co-criador com uma forma-pensamento que a Hierarquia humana, composta por Mestres ascensos, a Hierarquia angélica, a Hierarquia dévica e Hierarquias paralelas que não pertencem à evolução terrestre, estão criando uma nova forma-pensamento composta por núcleos de síntese e desses núcleos de síntese, cones de energia ascendente e na superfície dos cones a declaração de liberdade do homem e a declaração de que ele contém em si o germe da perfeição.
As pessoas vão estar a ouvir cada vez mais as frases: "Tu também? Mas eu também" e a pessoa diz: "eu tive ontem um sonho com um fato com triângulos azuis" e o outro teve o mesmo sonho, porque a plataforma ao descer está a fazer um rastreamento, tentando detectar quais são as zonas em nós que já são impressionáveis pela força, pela potência hierárquica e nós estamos em plena rotação, em plena translacção psicológica, passando da condição de receptores para a condição de co-emissores com a Hierarquia. Pequenas estações de rádio local.
E quando a Hierarquia diz: "Liberta-te do passado e assume o próximo passo", Ela imediatamente está a dizer que Ela assume o teu carma. O carma é uma lei material enquanto não entram leis ligadas ao sagrado e uma delas é o que resulta da devoção ao centro do nosso ser. Agora, quando é que eu me vou tornar devoto ao centro do meu ser, se eu tenho a minha imagem egóica a tapar o caminho? Como é que eu vou penetrar até ficar frente à esfera que não tem porta, se a minha imagem egóica está lá tentando dizer: "Não, tu és isto"? O ponto aqui, é que trata-se de estabelecer um princípio entre duas formas de pensamento que tendem a enfrentar-se. Uma diz: "Eu sou a minha realidade exterior" e a outra diz: "Tu és uma encarnação de energia divina, uma lobulização, uma gradação da mónada exprimindo-se através de um ser humano". E estas duas formas-pensamento enfrentam-se dentro de nós. Uma tenta barrar a passagem à outra e é por isso que a Hierarquia nos chama para desenvolver uma relação connosco próprios completamente desconhecida.
Se este guerreiro azul é um ser que se centrou na paz interior e vive ligado nessa paz interior, o guerreiro violeta iniciou a auto reverência, iniciou o cuidado extremo para consigo mesmo, ele procura trazer a vibração dos seus corpos até ao centro do seu ser. Isto faz-se, entre outras coisas, através da auto reverência, isto é, eu preciso de afastar todas as ideias erradas que eu tenho acerca de mim próprio, de eliminá-las e insistir em mantê-las fora, até que aquele que olha para mim dentro de mim, seja o Divino. Isto é básico para que eu passe a ser um emissor e não continue a ser um receptor, porque todas as forças elementais que pertencem à forma-pensamento só podem entrar através do nosso ego. E este acto de vudu planetário em que a humanidade existe, termina quando eu em mim próprio elimino a impressão que vem de fora.
Nesta transição tu passas de aspirante a discípulo. Aspirante é um ser que vê que está a ser impressionado por um grande acto colectivo, define o que é a realidade. O discípulo é um ser que aprende a criar o seu acto individual e depois a correlacionar-se com outros criadores de um acto individual de alta qualidade. Isto parece ser uma operação de engenharia muito alta para a opinião que nós temos acerca de nós próprios, e essa opinião não corrobora esta capacidade e é essa opinião que nós temos de nós próprios, que tem de desaparecer. No momento em que nós nos libertamos dessa imagem limitadora de nós mesmos, começamos a ficar frente à paz.
A paz do guerreiro azul, a paz do guerreiro branco e a paz do guerreiro dourado
Vamos tentar descobrir o que são estes três níveis.
Aquieta-te, eu conheço o teu Deus. Esta é a chama do coração do guerreiro azul. É uma chave que era passada a qualquer ser que manifestasse uma autêntica aspiração espiritual. Ao mesmo tempo que ele chagava ao templo e lhe era passada uma vassoura, quando ele tinha de ter a tal entrevista com o Ministro, diziam-lhe: "vai varrer o templo todo e depois conversamos sobre essa entrevista com o Ministro" até que ele percebia a meio do varrer, que o Mestre era a vassoura. Mestres e vassouras são coisas que as pessoas encontram quando chegam ao templo. Tarefas que parecem de natureza espiritual, como varrer o pátio dum templo e que afinal são a única forma para aquele ser, naquele ponto de consciência, fazer contacto com o Mestre. Aquieta-te e conhece o teu Deus. Como é que nós vamos complicar esta afirmação? Vamos tentar torná-la completamente ineficaz, porque os nossos corpos emocionais têm uma necessidade emocional de tornar esta frase ineficaz, porque se alguém chega ao pé de ti, pega nas tuas mãos e diz: "Aquieta-te, e conhece o teu Deus", tu vais dizer: "mas onde é que está o manual esotérico das 540 páginas com glossário no fim?" Não tem, nesta etapa, não tem. Só é necessária uma cadeira, ou nem uma cadeira, não é preciso nada, é completamente gratuito, simples e eficaz. Fica quieto porque a vida humana é movimento e conquista, é dialéctica, é luta, é uma aquisição progressiva de significados, é enriquecimento. A vida espiritual não é enriquecimento, não é aquisição de significados, isso tudo conduz ao espírito, mas o espírito está lá.
Se te dão o maior tesouro do mundo, não podes dizer que ficaste rico, isso é se te derem o tesouro imediatamente abaixo do maior. Quando se diz a um ser que se aproxima da porta de um templo: "Aquieta-te e conhece o teu Deus", ele tem que conhecer a doçura e a sabedoria das idades, de gerações e gerações de Mestres por detrás desta afirmação simplicíssima.
Quando foi a última vez que tu saíste da festa, entraste no teu quarto, fechaste a porta, pegaste numa cadeira, ficaste ali sentada à luz do entardecer e repetiste para ti própria: "Estou aqui"? Isto parece uma coisa mística mas é um facto oculto. Nós temos esta coisa de que vamos entrar na esfera e a sabedoria diz-nos que a esfera interna não tem porta, ela é hermética, portanto, eu estou fora e instantaneamente estou dentro por ajuste de vibração. Os nossos corpos vibratórios são como cassetes magnéticas, eles registam impressões. Quanto mais cansado e desconectado do centro do ser estão os nossos veículos, mais permanecem os registos e as impressões do mundo. Nós estamos a ser programados por inteligências 24 horas por dia. É necessário que este ser que está a ser preparado para o resgate planetário (para fazer subir a consciência da humanidade até ao ponto de encontro que o Cosmos) saia da inocência e da ingenuidade espiritual em relação ao planeta. Tudo é força, tudo é potência, tudo é consequência, não existem coisas insignificantes.
Se os meus corpos não estão a ser impregnados, não estão a ser registados com a “voz do dono”, quem é que está a gravar em mim? Ou tu estás a ser impressionado por um ou pelo outro, só há dois senhores e aqui é preciso escolher um entre dois senhores e começar o processo de impressão, eu preciso de me deixar impressionar, gravar, registar vibração em mim. Eu necessito de assumir uma condição completamente passiva a nível dos meus veículos para que a “voz do dono” possa ser impressionada. O meu corpo astral não está nada interessado em teoria esotérica ou na minha linha de espiritualidade isso é muito estranho para ele. O nosso corpo astral é composto por cedências ancestrais, por todo um tipo de coisas que não são ígneas e ele não vai voltar para o centro da consciência enquanto não adquirirmos uma disciplina de impregnar nos nossos veículos a energia central.
E quando um ser se aproximava da aura dum templo, (antigamente nos planos externos, em que nós tínhamos esta coisa cinematográfica de ter os templos mais avançados da terra, manifestados no plano físico, hoje, devido às circunstâncias eles retiraram-se para os planos internos) era-lhe dito, antes de mais nada: “Aquieta-te, e conhece o teu Deus", isto é, "deixa-te de seres impressionado pela energia centrífuga e pelo mundo e começa a ser impressionado pela presença. Começa a ser impressionado pelo teu ser real”.
É muito semelhante à entrega erótica, tu tens que abandonar o controle e colocares-te nas mãos de uma força que tu não controlas completamente, é muito semelhante a esse tipo de entrega. Tu precisas de entregar o teu ser a uma força central que irá preencher tudo o que já está pronto nos nossos veículos para ele, e não é pouca coisa!
Nós somos aqueles seres, em geral, que correspondem ao que o Evangelho chama "os homens de boa vontade". É uma expressão pobre, porque os homens de boa vontade não fazem nada, são os que cosmicamente não andam para trás. Isto é a nossa condição, nós não recuamos muito, recuamos às vezes um bocadinho, então, é a nossa condição espiritual, aquela com que nós não conseguimos fazer absolutamente nada.
Nós estamos a ser preparados, para passar de circunstância de homem de boa vontade, isto é, o aspirante, para o co-criador da realidade. É o equivalente à Ecologia, que é um fenómeno de superfície, mas em níveis cósmicos e profundos do ser.
Na formação do guerreiro azul, do primeiro estado de paz, era-lhe dito para se aquietar e conhecer o seu Deus e com o tempo, essa presença no centro, pela sua irradiação ía produzindo um expurgo de material escúrio na aura, na mente de um indivíduo. É o oposto da psicanálise. O ser fica quieto em oração, em disponibilidade, fica aberto à sua presença central. Quando nós estamos acreditando no que comunicamos, erradiamos magnetismo, não é um magnetismo inferior de pessoas interessantes atraíndo pessoas interessantes, é um magnetismo espiritual da realidade transpirando através de um ser humano, que é um outro tipo de magnetismo, que é quando tu estás trabalhando com um conjunto de seres e não se sentem pessoas ali, não se sente ruído, turbulência mental, sentem-se vasos que gradualmente são preenchidos por uma presença que os transcende.
Como são João Baptista disse: "É necessário que eu diminua para que Ele cresça", ou seja, é necessário que a vida da alma se recolha dentro da vida monádica para que a vida monádica, que é representada pelo outro ser venha ao de cima, se revele em nós. S. João Baptista estava lá a baptizar as pessoas no Rio Jordão, porque ele representava o reino das almas que era o mínimo ponto onde havia contacto entre a Hierarquia e a Humanidade, naquele momento.
Na formação do poder do guerreiro, é necessário que eu consiga transformar esta chave interna - aquieta-te e conhece o teu Deus - no fundamento da oração.
O guerreiro azul é um ser que fez contacto com o seu coração e que aprendeu a lidar com essa energia cientificamente. Trata-se de ter uma consciência científica da energia do coração. É a forma mais rápida da mente se submeter ao coração. A nossa mente superior conhece a "voz do dono".
Enquanto que o guerreiro azul fez contacto com o centro do seu ser, o guerreiro branco fez contacto com o coração do planeta Terra. Significa que através daquele centro cardíaco são emitidas fulgurâncias de paz, amor e síntese, vindas das câmaras dos Mestres, isto é o ponto do guerreiro branco, é que ele não emite mais a sua paz nem o núcleo do seu ser, ele emite a fulgurância do centro, da síntese dos Mestres.
Nós estamos a ser preparados para que esta zona em nós se transforme num espelho Hierárquico, se transforme num aeroporto de amor, luz e síntese, e a condição azul é uma condição em que frequências na nossa própria mónada ancoram nesta região, e daqui começam um trabalho anti mágico de dissolução da forma-pensamento mundial.
Eu posso fazer um discurso muito avançado do ponto de vista ocultista nas Nações Unidas e toda a gente entende ou não e eu não mexi em nada na forma-pensamento mundial e na auto obsessão que a humanidade gera sobre si própria. Eu fiz o discurso, toda a gente entendeu, e toda a gente pediu para o colega do lado passar mais batatas fritas. Eu faço o discurso, a coisa fica muito clara, toda a gente entende, toda a gente diz: "É mesmo isto não é?" é, mas fica tudo quieto no mesmo nível, porque o despoletador da potência que realmente queima a ignorância não é instalado em nós por nenhuma virtude humana, nem nenhuma capacidade discursiva, nem nenhuma capacidade aquisitiva. Espiritualidade move-se no sentido oposto à aquisição. Nós não adquirimos espiritualidade, nós perdemos ignorância até que a realidade É.
Consciência espiritual é a perfeita justaposição entre forma e realidade interior. Vida espiritual é transformar esta película ultra sensível que são os nossos veículos, no revelador duma imagem que vem de dentro e não de fora. A minha personalidade é um químico que revela uma imagem que vem de dentro, uma imagem sagrada, uma realidade interna e não uma concavidade pronta a ancorar qualquer força intermediária que anda por aí.
Este guerreiro branco é um ser que passou do estágio de emitir a paz que vem do centro do seu próprio ser e começa a ancorar vibração de conclave, vibração de presença hierárquica. Então, o guerreiro branco tem esta característica, ele levanta os olhos e a multidão silenciou-se, ele centrou-se em torno do mantra da paz e nem sequer tem que ser um ser especialmente pacífico, ele até pode fechar a porta com força, ele até pode ser um pouco desajeitado, isto é um fenómeno oculto que tem a ver com a iniciação e a doutrina do coração. A chave da formação do guerreiro branco é PAX que é o equivalente ao CHANTI.
À medida em que o ser vive anos predominantemente dentro desse milagre toráxico que é o espelho interno que emana frequência de estabilidade vibratória, ele lida com o equilíbrio das polaridades, com o apaziguar das polaridades - guerreiro azul. O guerreiro branco lida com o triângulo - positivo, negativo e uma outra polaridade que é guardada pelo Cristo neste planeta, chama-se vibração solar. A vibração planetária é uma vibração dialéctica, tão dialéctica que se nós olharmos para umas escadas, tem o patim e o espelho das escadas, tem um plano vertical e outro horizontal. Isto é a escola do planeta, é o caminho do planeta e a paz do guerreiro azul é transformar essa escada algo difícil em algo doce, é diminuir o peso da gravidade, é tranquilizar os elementos. No guerreiro branco acabou a escada, passa a acontecer uma rampa, não há mais processo dialéctico.
É a energia solar que ao entrar em nós - vai mesmo entrar, isto parece ser uma conversa surrealista até ao dia em que tu começares a tentar ter uma discussão e não conseguires. Tu sabes que a energia da paz interna está a chegar a ti, porque tu tentas forçar a nota humana e ela já não vem ao de cima. Vem uma pessoa para estimular os teus antigos estados de consciência e tu não consegues puxar mais a energia humana ao de cima. E pisam-te o pé e não te pagam a conta e tu dizes: "Por favor, eu não consigo reagir". Quando tu não consegues reagir e é claro que não te estás a transformar num vegetal, tu não estás a entrar em coma, é o oposto, é outro estado de consciência. Quando tu não estás mais reagindo às contrariedades, quando elas para ti se transformaram em instrumentos de evolução, tu já não consegues sentir ausência de paz. No momento em que tu não consegues sentir mais ausência de paz, mesmo durante uma discussão em que tu dizes ao outro ser: "Eu tenho esta discussão contigo, já partimos a louça toda, mas eu estou completamente em paz, entendes?" Ele não entende, parte mais louça, mas tu estás em paz e enquanto tu estiveres em paz, isso é a presença da energia do guerreio azul em ti, estás captando a energia do teu ser interno. O nosso ser interno não está em conflito com nada, ele é um prolongamento de um tipo de triunfo que nós ainda não aprendemos a ler dentro de nós, mas ele está lá e ele guarda esse conseguimento final.
Nós estamos sendo chamados a nos tornarmos concêntricos com o centro do Universo. Quando os dois centros se sincronizam vibratoriamente nasce a vibração da Irmandade. A Irmandade é a vibração que se instala quando dois centros se encontram no éter e no plano psíquico.
A energia existe e é assimilada sem retenção. O ser que chega a esta condição, começa a ser um vórtice de energia onde quer que ele esteja e é por isso que se diz que um iniciado transforma o meio ambiente, ele jamais transforma porque quer ou porque acha que chegou a altura.
Quando um ser canaliza a energia de guerreiro azul para o meio ambiente, quando ele menos espera começa a manifestar-se o guerreiro branco, aí acontece uma deflagração da energia central, numa voltagem que já não é a dele, ele está amando, está-se dando, está-se entregando, para além da sua capacidade, ele está-se finalmente espiritualizando. A espiritualidade começa quando tu começas a fazer coisas que não eras capaz.
O segundo nível em que o teu coração é utilizado como um emissor de calor numa frequência colectiva tu formas-te como guerreiro branco.
Nós estamos a fazer o trabalho de compararmos o que está a ser transmitido com o estado dos nossos corpos e dizemos: "isto é muito alto, isto não é para mim!" Claro, a coisa é dita num nível que não pergunta aos corpos como é que eles estão, a coisa é vibrada para que eu veja que ela existe. Se nos está apresentada uma meta que nos parece muito para além, é porque algo em nós ao nível da auto confiança, do auto conhecimento, da auto reverência e do contacto, tem que começar a ser praticado para além do nível em que nós praticamos. Desconhece-te para te poderes conhecer.
Enquanto que o guerreiro azul se torna concêntrico em relação ao seu ser e o guerreiro branco passa a ser um agente secreto da Hierarquia, e portanto os seus centros emissores já são utilizados pelos Mestres como descida, acumulação, deflagração, o guerreiro dourado está ancorado com o coração do sol depois de ele ter conhecido a chave ligada ao PAX.
Quando um ser emite amor e eu vou lá e digo: "o teu amor salvou-me" Qual teu amor! o Amor é do Cosmos, e passa através de. No plano psicológico não podemos dizer que aquele ser é extraordinário porque ele abriu-se ao amor cósmico dentro dele. No plano espiritual não há um único elogio para fazer. Imaginem o Dalai Lama a fazer um elogio a Buda! Ou os monges mais avançados dizerem: “O mestre de capuz amarelo é um grande ser super avançado!” Ele só está a fazer de capuz amarelo, porque é o ponto dele no Cosmos. É como Maria, ela tinha que dar à luz um avatar, cada ser cumpre a sua tarefa. Um elogio é uma gordura que se forma posteriormente, diz respeito ao plano psicológico, o plano espiritual é livre destas coisas.
Quando a condição do guerreiro branco nascer em ti, tu estás só a fazer a tua obrigação, não há fantástico nem não fantástico, é o teu trabalho cósmico. É a tua escala e o teu ponto.
Ao mesmo tempo que estamos a ser preparados para ancorar vibração espiritual mais alta, nós precisamos saber que isto é normal, absolutamente básico, é o TRABALHO, é a plena consagração de um ser humano no fim da história. Nós estamos no pináculo da história.
O guerreiro dourado é um símbolo é um disco solar. O guerreiro dourado dissolve a forma-pensamento em que a humanidade se encontra aprisionada. Os guerreiros dourados não estão disponíveis para a humanidade. É possível que um dia encontrem um ou vários guerreiros dourados assim como é possível que encontrem o guerreiro branco dentro de vocês. O guerreiro dourado é altamente improvável porque a frequência e a potência dele não são compatíveis com a consciência da humanidade. Existem algumas centenas de guerreiros dourados na Terra.
O guerreiro branco ancora em si essa paz conclave, um nível de paz que já não diz respeito a ele. Desse guerreiro branco liberta-se a voz crística central que diz: "Não temas... Sou eu". Neste mantra "não temas...Sou eu" está reunida a vibração da paz do mundo. Ele contém a transformação do subconsciente total, é um som que vai até à raiz do medo e diz: "eu cheguei" e aí coloca a vibração crística, quando essa vibração vem de baixo e não apenas de cima. O problema do Cristo não é apenas iluminar a humanidade consciente, Ele está neste momento impregnando o subconsciente da humanidade inteira, daí a frase "não temas, sabe que sou eu".
Um ser que ancorou a vibração do guerreiro branco - S. Francisco de Assis tinha essa energia e ela fazia com que os reinos se aproximassem dele, por isso é que ele andava pela floresta com pássaros na cabeça e esquilos à sua volta, porque terminou a incomunicação entre os reinos, os reinos animal, vegetal, mineral e outros reinos desconhecidos passaram a aproximar-se daquele ser.
Agora nós podemos reflectir um pouco acerca do que é que significa a nossa altamente nutritiva e altamente proteica alimentação, ela é o caminho mais rápido para impedir que o guerreiro branco se instale em nós, porque tu estás incluindo nos teus constituintes frequências que incluem a angústia subconsciente do reino animal, isso é admitido à tua aura e irradiado por ti. Então é muito interessante porque as pessoas num nível irradiam uma espécie de paz e ao mesmo tempo irradiam o medo do reino animal. Esta é a descontinuidade em que o nosso comportamento nos mantém. Tu sabes que estás a ser chamado para uma disciplina hierárquica quando tu começas a ficar lucidamente inquieto perante as tuas próprias descontinuidades, quando tu vês que estás a fazer um gesto, um acto, um pensamento, uma frequência que não correspondem ao pico da tua consciência, nesse momento tu ficas lúcido. A disciplina do chamado implica lucidez no momento da infidelidade. 90% do nosso comportamento não permite a ancoragem do nosso ser interno e nós precisamos de entrar nesta consciência de denúncia do que somos ou não somos, e de onde começamos e terminamos, ou onde nós começamos e onde começam as influências do meio, nós precisamos de nos conquistar a nós próprios primeiro.
Com a formação do guerreiro azul vem uma paz que impregna o ser completamente e com a formação do guerreiro violeta, vem essa inquietação perante as descontuinuidades - lucidez, consciência, sinceridade, precisão.
O amor que tinha que ancorar no nosso actual estado comportamental, já ancorou. Portanto, se tu achas que não amas o suficiente, é porque o teu comportamento não permite a ancoragem de um nível mais profundo. Isto não significa que nós vamos largar alimentações de repente, significa que nós temos que pôr em causa tudo, até descobrirmos o que é que corrobora a vibração da paz profunda e o que é que nos mínimos detalhes não a mantém activa em nós. Não desfaças com a mão esquerda o que constróis com a direita.
Quando o corpo de luz está pronto para ser encadeado, isto é, ele é tecido e é mantido numa vibração mais baixa até que há um momento em que chamas vindas de dentro activam o corpo de luz e tu tens ponte para os votos internos.
O corpo de luz transforma pensamentos espirituais em intensidades e temperaturas internas. O corpo de luz implica trazer para dentro do ser a energia que estava sendo gasta em dispersão, afinar e alinhar os corpos até que tu entras num ritmo onde cada dia é o acumular de energia interna necessária para a construção do corpo de luz.
Quando o corpo de luz nasce em ti, é possível passar do guerreiro azul para a condição do guerreiro branco.
CONTINUA....
Por André Louro de Almeida 11/01/1999
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