Uma falange composta por milhares de seres foi admitida ao seio de um dos anéis concêntricos de força, vontade, poder, luz, radiação, que existem em torno da presença ao qual se convencionou chamar "o Cristo". Isto significa que o grau do amor sabedoria que está destinado a ser comum no planeta Terra, foi depositado no teu corpo causal.
Todos estes seres já passaram pelo baptismo de fogo, ele é um selo que uma vez impresso na frequência causal, nunca mais será removido e pela sua natureza ígnea, fica um tipo de diagrama de fogo que ele exerce sobre os elementos fora de nós, ele garante a filiação hierárquica. Trata-se de uma pré vibração do baptismo de fogo.
Esta presença que foi instalada neste núcleo de servidores da nova Terra, está presente em nós, porque essa presença contém a incandescência exacta para fazer de ti um quebra gelos, um pioneiro dentro dum mar de som. Tu és um instrumento de precisão de uma frente de amor e luz.
Esta presença nos níveis mais altos do nosso ser tem características acústicas, térmicas, nós enquanto guerreiros, ou sacerdotes, ou curadores em formação, precisamos, numa primeira fase, garantir o contacto com esta frequência que nos torna muito mais humanos do que éramos antes, finalmente, de uma forma completa.
O guerreiro é o portador do vaso do coração, ele aprende a trazer para o mundo o único facto que o mundo não quer enfrentar, que é o de todos nós sermos atravessados pelo mesmo fio de vida e eixos do mesmo ser, e à vibração da concentricidade do ser e da impossibilidade após o nascimento desta consciência na humanidade inteira com a possibilidade da dor e da violência, esta afirmação é o trabalho silencioso do guerreiro. Tu és um símbolo de unificação.
O verdadeiro trabalho é o oposto de pegar num megafone e ir ler o evangelho para o Rossio. O verdadeiro trabalho é eu consciencializar-me que a nível interno tu libertas um perfume que vem de uma flor hierárquica plantada nos níveis superiores da tua consciência, por aquilo a que a história convencionou chamar "o Cristo", esse factor precisa de ser trazido para a consciência, e eu preciso de funcionar em função do perfume interior.
A partir de um certo grau do binómio dor-alegria, tu adquires sensibilidade espiritual porque é o único polo que anula este binómio, e que coloca o pêndulo do corpo emocional de novo no seu ponto de máxima limpidez, esta energia está no 5º nível do nosso ser. A partir do momento em que eu adquiro sensibilidade espiritual, os Irmãos podem começar a trabalhar comigo e a primeira fase é de purificação, de expulsão, de remoção de agregados e material espúrio que não tem nada a ver com a essência dum ser e que é material que, enquanto estiver ali, não permite a descida da minha verdadeira identidade. Sem um processo de axialização da nossa natureza, todo o trabalho vai ficar no nível teórico.
Todo o trabalho teórico ficou nos anos 70, até aí era possível eu estar a fazer aprofundamento mental e continuar a comportar-me da mesma forma, como se a espiritualidade fosse idêntica a uma teoria de conhecimento qualquer.
Na fase em que se convencionou chamar purificação, o meu ser interno irá fazer descer sobre a minha consciência, o ângulo de luz necessária para eu perceber o viveiro de forças involutivas que é a minha personalidade, a minha natureza.
Se eu não consigo ver claramente o que não é divino em mim, eu não vou conseguir ver nunca o que é divino, e a primeira fase implica uma relativamente dolorosa experiência de dissociação, tu vês que o teu ser interno não pretende que continue presente em ti, tu vês, porque a consciência cristal causal, está a aumentar de brilho.
Na verdade, numa primeira fase, a lente que relaciona a luz dentro de nós com a sombra, é limpa e ordenada até ficar a 90 graus. A 90 graus, a luz que desce sobre ti é uma luz hierárquica, ortodoxa, exacta, que liga o espírito à consciência. É uma experiência muito forte que consagra o centro de consciência, então, tudo o mais, quando o processo de purificação começa, não é sagrado excepto um ponto, a partir desse ponto a óptica interior, a capacidade de reflexão psíquica, é obrigada a passar por aí e ao passar por aí, tudo vê com uma clareza muito alta. E é por isso que se diz que estes seres encarnados estão em auto formação, eles são mestres e discípulos deles mesmos.
A purificação, eu necessito de adquirir uma qualidade praticamente esquecida que é a qualidade da obediência ao meu ser interno.
Nas etapas anteriores, nós tínhamos mil desculpas para não ser obedientes, porque o clero, coitado, dizia aquelas asneiras todas, depois os gurus, afinal, eram corruptos e nós colocávamos os defeitos naquelas agências que se colocavam entre nós e a nossa verdade interior, agora é o ser interno directo que vem fazer instrução Esta condição de um ser ter uma voz activa dentro dele é a condição do discípulo contemporâneo.
Existem seres que estão tendo formação a nível de guerreiro, como curadores, como contemplativos, como sacerdotes, como líderes ou governantes, como captadores de energia e reflectores do cosmos entre planos, como instrutores. As nossas mónadas estão sendo aspergidas com uma nova força que actua por ondulação de sonoridade e potência, que não é comparável com nenhuma técnica espiritual conhecida até hoje. Trata-se de um fenómeno idêntico onde antes tínhamos o escalar de altas montanhas e a descida aos vales profundos, actualmente o tipo de pressão que o nosso ser interno está a exercer sobre o topo da nossa consciência e sobre a última membrana do nosso coração, essa pressão é elíptica e tem uma ondulação que é um misto de suavidade e força, é uma descida maciça, rítmica e ondulatória extremamente exacta, terna e matemática.
Nós estamos tendo uma experiência de fusão entre ternura e matemática, entre poesia e precisão, entre frio e quente. Esta ondulação é como uma mãe, ela conhece-nos perfeitamente, sabe muito bem quem tu és, antes que tu fosses, ela existia e quando nós não formos mais, enquanto entidades individualizadas, ela continua a ser. Este tipo de potência representa a nova frequência de ascenção planetária.
No passado, no ciclo regido por Shambala, a força era ígnea, activa, concentrada e era absolutamente viril, era uma espiritualidade ligada a processos de rompimento, era uma espiritualidade bastante guerreira. A nova frequência feminina é ondulatória e ela vai preenchendo as zonas do teu ser onde já é possível ela habitar, ela por si mesma é não selectiva. A energia cósmica descendente em nós não selecciona nada nem ninguém.
Tu vais deixando que um hábito, que um apego se dissolvam e a energia ocupa aquele espaço, instala-se ali.
O corpo astral é um instrumento de apropriação, Eles estão tentando fazer com que o corpo astral passe por uma inversão magnética na qual, do prazer de possuir, passe ao prazer de ser possuído, nesse sentido, a energia que o preenche virá de dentro, como o Senhor que vem de dentro e não mais das dez mil coisas do caleidoscópio dos desequilíbrios e dos exageros, das fixações e das obsessões da vida externa.
Esta etapa de purificação é extremamente necessária, uma energia mais alta não pode conviver com uma força mais baixa, a mistura de forças superiores e forças inferiores já foi na Grécia, na Babilónia, no Império Romano, nas dinastias chinesas, na nova Terra não tem mistura.
Eles estão preparando um planeta jardim, um planeta cuja beleza, potência e luz expansiva que irá regular este sistema solar é tão alta, que tecnicamente precisou do tipo de acção que vocês vêem à superfície dos acontecimentos, hoje.
Gradualmente, nós estamos entrando em contacto com o nosso corpo emocional de uma forma cada vez mais consciente, há umas gerações atrás o contacto com o corpo emocional era intermitente, limitado, auto fraudulento, as pessoas não tinham contacto com a sua natureza de sentimentos, nem com os seus desejos, as pessoas simplesmente se apercebiam que de vez em quando eram violentamente puxadas para baixo. O que se passa agora é que, com a dissipação gradual das membranas que separam as dimensões do ser, começa-se a dar um trânsito e uma permanência de tudo o que está abaixo da consciência, é como se uma ópera macabra tivesse sido admitida no S. Luís. Onde antes só tinhas coisas fantásticas, agora começam a surgir todos os monstrinhos, toda essa dança começa a vir ao de cima e nós estamos fazendo contacto com esse material que é nosso num grau, não é nosso noutro grau.
É muito importante que à medida que a purificação acontece, eu tenha consciência que a dança de factores contrários no palco da minha consciência, faz parte do processo de purificação, e estes discípulos estão sendo treinados para desenvolver a impassibilidade, a equidistância, para se sentarem no centro da plateia e ficarem frente ao palco da sua vida emocional e tanto faz se entra o arcanjo Gabriel pela direita a espalhar pétalas de rosa, ou um demoniozinho pela esquerda, ou uma memória de infância, tu tomas consciência da reacção que todas estas coisas provocam, não hostilizas, ficas completamente quieto e tranquilo seja o que for que surja, porque tu estás em purificação e a purificação é o equivalente ao espremer a embalagem do dentífrico até à última gota, para depois Eles poderem voltar a insuflar um novo fogo, uma nova vida no corpo emocional.
A transmutação é uma operação que acontece quando, com a minha consciência, eu consigo dissolver uma formação dentro de mim nas suas partes constituintes. O cristal da consciência, essa coisa de 5º raio que nós temos em nós, que não sente repugnância por nada, quando algo vem ao de cima, não sou eu que tenho que recuar perante o potencial negativo que está vindo ao de cima, é esse potencial que tem que ter muito cuidado, porque eu estou a olhar para ele. É o oposto.
Tu és um ser consciente e como tal, em graus distintos, és capaz de transmutar tudo. Esse é o poder da consciência quando ela está ligada ao coração.
Este trabalho que estamos sendo convidados a fazer, é o de permitir que o material venha ao de cima, ele vai-se acumulando e tu olhas para ele com toda a clareza, não reages e é aqui que surge a segunda etapa da purificação, que é a vida de oração e a conecção com o ser interno.
Na proporção em que eu desenvolvo uma vida de oração, a minha consciência transforma-se num instrumento de visão. Qualquer formação que surja (nas antigas ritologias estas formações eram sempre compostas por sombras de animais diferentes, definindo com isso que eram formações feitas de várias tendências diferentes) se eu olhar com essa consciência lúcida, aquilo é obrigado a revelar-me porque é que está assim, porque é que tem aquela forma, porque é que se comporta daquela natureza dentro de mim, e se tu mantiveres a lucidez e não fores atraído nem para a zona confortável da rejeição, nem para a zona da dança, (de ires dançar com uma força involutiva) se simplesmente olhares para ela com toda a clareza, tu vês claramente do que é feito o teu mal estar e quanto mais tu percebes do que aquilo é feito, mais o que o mantinha agregado se dissolve porque a luz está a entrar e estás a dizer: "isto é água, isto é terra, isto é fogo, isto é ar", a formação não resiste à luz que vem do centro da consciência.
Nós precisamos de entregar ao nosso ser interno qualquer coisa que surja. Eu preciso desenvolver uma certeza de que ele está lá em cima operando, é um apoio, quer eu tenha ou não consciência disso. O nosso músculo cardíaco contrai-se e expande-se milhões de vezes por dia, porque há uma "agência" que está ligada a ele, porque senão a própria natureza muscular em si não admitiria, pela tensão eléctrica suficiente para ter esse tipo de espasmo, é a presença do espírito que faz com que o coração bata, assim como o nosso calor físico é só uma das mínimas reflexões no plano físico, do verdadeiro calor interior.
O trabalho de transmutação prático implica eu ter uma ligação tão forte com o meu ser interno, que quando vem uma outra coisa, eu faço como um basketebolista, eu bato com aquilo três vezes no chão e mando para o divino. A vida é para a glória de Deus. Quando uma coisa te é dada, aquilo é 5% para ti e 95% para a glória do Divino. Quando algo que tu fazes corre bem espiritualmente falando, é porque o Divino esteve presente, senão não corre bem. A ausência de energia de raio cria ineficácia, nesse sentido, quando surge algo que tu não podes transmutar por ti, é preciso saber enviar isso para o Divino, ele lá em cima sabe muito bem o que fazer, mas é preciso que tu desconectes aquela "bola", eu preciso desenvolver esta capacidade de reenviar para o Divino e não ficar jogando com uma "bola" que não é minha.
A nossa experiência é de que nós resolvemos problemas, nós criamos problemas, a partir do momento em que a energia do discipulado entra em ti, uma grande percentagem é dEle, vem dEle, e retorna. Na vida prática, isto traduz-se numa consciência tripla ou quadrupla na qual algo chega até mim e eu estou já naquele momento fazendo conexão com o Divino e aquilo vai, eu vejo o que é que é para mim e o que é que já está seguindo para o Divino. Eu deixo de querer resolver os assuntos todos com as minhas próprias forças humanas, deixo de querer resolver tudo o que me acontece e de querer ser dono da situação. Eu preciso sentir que conto com a presença do centro do meu ser em tudo que acontece. Isto cria uma estabilidade emocional completamente desconhecida do homem na superfície da Terra. Estabilidade emocional porque uma parte de mim está para resolver aquilo, e eu necessito encontrar um ponto médio onde o meu eu superior actua através da minha impassividade, da minha transparência, da minha quietude. Existe um ponto médio a partir do qual ele actua se eu estou demasiado interessado na coisa, se estou indiferente, ele já não actua.
Nós precisamos aprender a estar centrados na angústia e na alegria, no preenchimento ou na ausência de preenchimento, na dor ou no prazer, esta é uma coisa que tem seis mil anos, vem dos Vedas. Este trabalho de fidelidade ao centro, e de clareza em torno, permite a purificação e o retirar dos escolhos dos hábitos, de todo o material retrógrado que a nossa natureza foi adquirindo.
A partir do momento em que a purificação dos corpos acontece, a partir do momento em que eu vou falar de uma coisa e o meu ser interno acende uma luz vermelha, eu já começo a saber parar no momento em que ele acende essa luz. A purificação é uma atitude, é uma electricidade com uma capacidade de ficar imantado na auto obediência, é um acto de amor, se ela vai acontecer é que eu vou ter uma vida de superfície e uma vida profunda e as duas não se vão encontrar.
O melhor é deixar sair o que tem de sair durante a etapa de purificação, ficar no nível do amor a cada uma dessas coisas, da quietude e da serenidade perante o que vai aparecendo, agora, há um fenómeno curioso, é que depois de virem os demónios vêm os deuses. As pessoas começam a ver luzinhas, serzinhos no canto da sala, a receber mensagens da tia que já não está no plano físico, Cristo esteve ali à noite, Maria apareceu, e é com estas personagens que precisamos ter um cuidado redobrado, porque se Maria apareceu no teu quarto, uma coisa é certa, TU naquele dia desapareceu, é outro ser a partir dali. Quando tu descobres que Maria apareceu, mas tu continuas na mesma, não houve contacto hierárquico, um ser dessa potência, muda-te completamente se tem qualquer aproximação no plano etérico com o teu ser. A forma de perceberes um contacto interno não é pelos contornos do panejamento do Mestre, nem por se ele tinha os olhos brilhantes ou se vinha da direita ou da esquerda, não, a forma de perceberes um contacto irreal é que tu morreste, não és mais o mesmo ser.
Este mundo astral é um mundo de excitação e o trabalho dessas forças consiste em te atrair e o teu trabalho consiste em passar esta zona de frequências, não te identificares, ter tranquilidade, quietude e benção em relação a essas forças, quanto mais tu as abençoas mais elas se vão dissolver.
A partir do momento em que tu consegues manter esta estabilidade Eles passam à segunda fase, que é atribuir-te uma tarefa, e cada ser tem uma tarefa própria. Uma tarefa, é uma situação na qual tu te aninhas numa rede de energia, e o que define que encontraste o teu trabalho, é uma serenidade a níveis muito profundos do ser, a partir daí as coisas vão emergindo. Uma tarefa implica um grau de poder, de dissolução do passado, de mudança de tudo o que está estabelecido, implica mexer com a realidade, não se trata de criar um plano mental, tu estás em tarefa quando tu alteras a natureza da realidade à tua volta, tu mexes nas forças tal como elas se apresentam ao longo dos séculos, tu estás a criar passagem para a nova Terra. Uma tarefa é sempre um acto criador.
Nós podemos pensar que a tarefa de um ser é ele dar aulas de uma determinada disciplina esotérica, isso não é a tarefa desse ser, isso é o que parece, a tarefa desse ser está a acontecer por detrás, e tem a ver com a transformação real que é operada desse ser para os outros, e dos outros para ele, essa é a tarefa. As coisas mudam nas causas e não nos efeitos.
Para que eu possa aceitar a minha tarefa, eu tenho que aceitar um regime de transformação, um regime de vir a ser, que tem uma velocidade mais alta do que a velocidade até agora testada pelos Irmãos, as pessoas estão sendo chamadas a mudar de velocidade de resposta. Não é velocidade de transformação, porque isso não é um problema nosso, é um problema dEles, tu não te vais transformar nem mais depressa, nem mais de vagar do que aquilo que o desígnio cósmico para o teu ser determinou, eu preciso é de uma abertura e de trabalhar o sim de uma maneira tão clara, que Eles possam ver se por detrás do teu carma, há mais alguma coisa que seja mais interessante de pôr em acção do que o carma. Porque o carma tem a função de te colocar no horizonte de consciência, se o sim é suficientemente claro e potente dentro de ti, para quê o carma? O carma começa a ser desactivado e entra o darma, depois o darma é desactivado e entra o serviço, de forma que para que eu possa chegar ao meu serviço, àquilo que me aguarda para esta encarnação como co-criador com o plano divino, eu preciso de me dispor a entrar numa linha de desmontagem e remontagem do meu ser. Esta disposição implica uma grande coragem existencial, uma grande consistência psicológica e uma grande capacidade de entrega àquilo que nós sabemos ser superior a nós. Já não se trata de contemplar que existem territórios acima de nós que nos são superiores, não se trata de partilhar as experiências que possamos ter de reflexão desse território sobre nós, trata-se de te tornares nesse próprio território, trata-se de encarnar uma nova realidade. Trata-se de transformar esta existência, seja ela sublime ou miserável, numa coisa para a qual o sublime ou o miserável não são chamados, porque é algo que se abre integralmente a uma nova realidade.
Nós temos vastas zonas do nosso ser que já disseram sim e cuja regência o agente cósmico em nós já tomou conta, então trata-se de olhar menos para as zonas que não se abriram ainda e menos para as que se abriram e olhar para a luz, à esquerda estão as zonas que não se abriram e à direita as que se abriram, não é um problema nosso, é problema dos corpos, é um problema da nossa evolução como ser humano, é um problema do “timming” para nós evoluirmos, eu preciso é de, com problema ou sem problema, com dor ou com alegria, não tirar os olhos da luz, porque senão nós estamos entre o hipnotismo e o magnetismo. Nós temos a luz à nossa frente e se eu tenho um habito sexual, gastronómico, comportamental, qualquer coisa que é suficientemente forte, ele vai-me tirar os olhos da luz, não é pelo hábito, é a minha relação comigo próprio em função daquele factor, eu preciso de me auto perdoar, de me auto encontrar na luz, não ficar a olhar para a treva, então se tu ficares a olhar para o que tu já conseguis-te, para o que tu já atingis-te, é muito perigoso. Cuidado com o pensamento de "eu já cheguei aqui", cuidado, porque aí nós estamos às portas da satisfação, e ao lado da satisfação mora a inércia.
Eu preciso não tirar os olhos da minha luz! A força que o passado e os outros, a opinião pública e a família, todo esse material espúrio tem perante a nossa luz, ainda é suficientemente forte para nos manter olhando na direcção que não é a que o Mestre quer que eu olhe. Invocar a luz não é uma atitude emocional de fuga ao sofrimento, nem uma atitude psicológica, é o caminho do discipulado. Além de eu ter consciência do meu ser, eu tenho de ter consciência do meu supra ser, da luz que está criando espaço para descer em ti. O caminho do discipulado é quando eu estou mais tempo consciente da minha natureza divina e o tempo necessário para estar consciente da minha natureza humana. Isto é muito difícil, porque a maior parte de nós achamos que o tempo necessário para a nossa natureza humana, é o tempo todo e o tempo para a natureza divina, é porque de repente estava um dia fantástico e te lembraste de pôr Bethoven a tocar na janela e com o sol a bater no cipreste, deram-te uma sensação diferente e eu fiquei consciente por 20 segundos da minha consciência divina, isto é o mar psicológico onde nós nadamos. É o oposto disto. Eu vivo consciente da minha natureza divina ou eu vivo aspirando a essa consciência, não emocionalmente por fuga a problemas procurando refúgio em Deus, mas por abundância, porque quer tu queiras quer não, Ele está lá à tua frente, brilhando, magnetizando, chamando, sempre.
O ruído que a parte humana do ser faz precisa de chegar a uma zona e parar, porque vem o teu amigo espiritual e pergunta-te: "Como é que consegues ouvir?" e tu dizes: "Mas ouvir o quê?" o Som da realidade, a magestade da realidade e tu não consegues ouvir porque o ruído da mente, das emoções, das auto preocupações é demasiado potente. 20 segundos da audição do som que a realidade verte sobre si própria. 20 segundos de escuta do silêncio profundo. Claro que não estamos a falar de silêncio acústico! É o real silêncio, é a introversão do circuito psicológico, sem isto, como é que eu posso perceber que há um ser dentro de mim que me é superior?
A natureza do corpo emocional é apropriar-se de objectos. O corpo emocional foi criado como a única forma da passagem do instinto ao sentimento inteligente. O corpo emocional abrange uma vasta gama de experiências. A experiência humana emocional não é especialmente aberrante, ela é complexa, o processo de possuir e desejar coisas, o processo de te projectares no futuro, o corpo emocional é isto, mas isto é o velho mundo, é a embriaguez do passado, há uma nova embriaguez que não secciona em nada as tuas faculdades conscientes, a tua lucidez que te vai preenchendo com uma felicidade dourada, carregada de partículas púrpura por detrás dessa lucidez, ao mesmo tempo que a lucidez aumenta, e o nosso corpo emocional não muda com conversas, ele muda quando ele sente, quando experimenta, quando recebe o toque do novo vinho, nós precisamos mudar de embriaguez.
Eu quero experimentar isso! Eu quero participar nisso! PAI como é que tu tocas o meu corpo emocional? Como é que tu tocas os meus sentimentos e as minhas emoções? Toca-me, que eu preciso! Eu estou cravejado de experiências emocionais que me afastam de TI, o que é que tu tens a dizer a esta parte do meu ser?
Tu vais ter directo com o construtor, e se há sinceridade, tu vais ter a experiência da benção paterna no teu corpo emocional (esta linguagem de século IV não conta, o que conta é o facto), vais ter a experiência da descida do amor de Deus - ananda - no teu corpo emocional em graus cada vez mais estáveis, e se Ele decidir não pôr lá nada, então é porque tu estás na prova do deserto, mas quando há sinceridade, fica muito complicado para o Divino não responder.
No momento em que uma onda astral chega até ti, tens um lapso de segundos e podes decidir entre ficar sob a onda, ou acima da onda, se decides ficar acima da onda, tu vês a onda espraiar-se pelo teu ser e dizes: "que linda onda astral!" nesse momento, a tua consciência está acima da água, tu és a manta do início da criação, tu já estás noutro nível, o teu “olho” está aberto acima do processo astral. Porque se tu abres o “olho” de baixo do processo astral, tu levas com o processo astral no “olho”. Trata-se de ir para cima e ficar estável em cima, aí, abrir os olhos e apertar o pescoço às forças involutivas, não é no plano delas, mas acima do plano delas.
Tu tens um momento em que te é dada a escolha claríssima entre ficar só no campo da experiência astral, ou acima desse campo, até que se transforma num hábito ficar acima, mas para isto, o nosso veículo emocional precisa estar habituado ao novo companheiro, e aqui entra a necessidade de regarmos a plantinha, e se não regamos esta plantinha de luz diariamente por alguma forma de ritual próprio - uma vez que a nossa vida ainda não se transformou toda ela num ritual - ela vai mirrar. Eu preciso desenvolver uma consciência de jardineiro em ralação à minha espiritualidade. Na prática, em vez de ficar submerso numa onda de força, a olhar as personagens a passar de um lado para o outro, finalmente, as tuas forças emocionais começam a organizar-se em torno do coração e não mais em torno do plexo solar ou em torno do chacra sexual.
Nós necessitamos de passificarmo-nos com as nossas personagens, olhar para elas como restos e vestígios do passado, precisamos de, nesse processo, nos mantermos lúcidos e quentes, e essas personagens vão sendo dissolvidas pelo poder da lucidez, do calor que nós devemos a nós próprios. Nós precisamos aprender a perdoar tudo, todo o nosso passado em todos os seus aspectos. O guerreiro carmim é o ser que conquista a auto compaixão trazendo todas as suas forças para o centro.
A consciência permanece na luz, a vontade permanece virada para o norte, a chave do conflito está nas palavras distanciação, persistência.
O ensinamento da vida sabe exactamente o número de estrelas que existem no céu, alimenta todo o tipo de fome, abre um caminho onde não havia caminho, tu desistis-te e o ensinamento da vida persiste em ti, eu fechei os olhos e o ensinamento da vida abriu os olhos em ti, o ensinamento da vida, finalmente, vai-nos colocar numa condição de passarmos a ser plenos de vida e não seres embasbacados a olhar para o mistério.
Nessa quietude tu vais fazer contacto com a tua fraternidade interna. Na Terra existem doze fraternidades internas que são como famílias cósmicas na Terra. No passado essas doze famílias emanavam ordens iniciáticas independentes, ou tendências de formação para a espiritualidade profunda diferentes. À medida que tu te vais distanciando e criando equilíbrio no plano emocional, tu começas a reconhecer a vibração da tua fraternidade, porque a energia da alma só pode passar através do momento em que o pêndulo está parado, enquanto o pêndulo está oscilando tu tens acesso a um mínimo da energia da alma, no momento em que ele estabiliza, a alma passa energia em grandes intensidades, e essa energia liga-te à tua irmandade da Terra, tu começas a ter acesso telepático a uma família de seres, uns encarnados, outros não encarnados, que fazem parte do mesmo coro, da mesma nota vibratória dentro da humanidade. Nós vamos estar lidando com frequências baixas enquanto não se der essa estabilidade emocional, quando ela acontecer, o campo telepático do teu corpo interno, da tua fraternidade interna, começa a descer sobre ti e tu começas a ter uma experiência oposta à da incorporação mediúnica, que é, no momento que és mais intensamente tu próprio, começas a canalizar outros. Na experiência de incorporação mediúnica, tu sais e vem outro e geralmente sai um óptimo, para vir um pior. O trabalho de contacto com a fraternidade à qual tu pertences é o oposto, na medida em que tu te identificas cada vez menos com o plano astral, tu começas a canalizar energia da tua fraternidade interna e de repente, descobres que já estás a falar em nome do um grupo interno ou a emanar uma energia que tu próprio sozinho não poderias emanar nunca, ou que estás a produzir uma onda de choque e de transformação - isso vai acontecer com muitos de nós - que obviamente está a ser programada e que tem um fim inteligente. Tu começas a ser um canal e a partir de um certo momento, esse grupo utiliza-te para fazeres um trabalho de higiene nos aspectos do grupo que estão encarnados. Esta experiência está à beira de se manifestar em muitos seres humanos que é, quanto mais eles assumem o seu centro de consciência, mais a energia de um grupo de centenas de seres começa a actuar através deles, mais eles se apercebem falando e canalizando frequências, presenças que não são eles, obviamente.
O teu serviço começa no momento em que depois da purificação e desidentificação, tu tornas-te um canal dum grupo interno e tu sabes que é um trabalho de serviço, que tu és canal de um grupo interno, porque as consequências têm uma abrangência que não seria previsível há um tempo atrás. Até que finalmente tu chegas à condição de que em qualquer momento, em qualquer situação, tu tornas presente a vibração de um ou vários reinos ocultos da Terra.
Desde o ponto em que nós vamos dançar com os fantasmas para o palco, até ao ponto em que nós canalizamos a energia de um reino interno, isto é toda a aprendizagem do plano astral.
CONTINUA...
Por André Louro de Almeida 25/01/1999
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