Cada ser que está hoje trabalhando os seus dons de entrega e cada ser que nasce já com uma tarefa definida, nasce com uma vontade imperiosa de cumprir o seu desígnio.
Todo o servidor nasce selado com uma voltagem eventualmente oculta de vontade espiritual pura. Este nível supra pessoal de vontade será, durante toda a encarnação dele, a garantia saudável de uma profunda frustração existencial. Com o tempo, à medida que os ciclos cármicos, instintivos, afectivos, profissionais da encarnação se vão cumprindo, a frustração do servidor aumenta. Este nível de vontade permanecerá como um vértice agudo dentro dele lembrando-lhe constantemente que ele não nasceu para cumprir ciclo básico. Estes ciclos básicos da existência de um ser são comuns a toda a espécie animal.
O que o indivíduo é, realmente, na dimensão cósmica da existência, não se ocupa dos ciclos básicos bem como o mestre dele, os mestres assensos, estes vórtices, não se ocupam da nossa vida elementar. Tu percebes que estás a começar a irromper além da membrana de sensibilidade de um mestre assenso quando o indivíduo dá graças a Deus pela sede profunda que sente, quando ele compreende a benção da insuficiência da vida humana.
Quando um ser declara, na paz, que ele aceita que não está nesta dimensão para viver a vida tridimensional, ele começa a vibrar no horizonte de contacto. Observa-se nestes seres que quando a vida terrena encontra resposta e eles têm realização em nível de ego e encontram equilíbrio afectivo, económico, físico, psico-afectivo, quando eles encontram este equilíbrio e a vida lhes deu o que eles desejavam, é apenas para começar a sede.
Muitas vezes, é quando estes ciclos de evolução terrestre se cumprem que o indivíduo pode perceber o quão distanciado ele está da felicidade humana.
Inversamente, quando um indivíduo não tem preenchimento humano, é apenas para ele igualmente perceber o quão para além ele está. A activação desta vontade espiritual superior deve ser feita independentemente do ciclo da vida do indivíduo ser harmonioso ou desarmonioso.
Nenhum estado tridimensional limita a assunção da tarefa porque esta vontade de servir a Terra anuncia-se à superfície da consciência como sede e isto é profundamente independente da vida exterior.
Nós estamos numa época de síntese, de além vida humana, uma época de contacto com o fogo que transforma, o que significa que é pelo contacto com aquilo que o indivíduo é que o serviço dele pode acontecer.
Nós sempre oscilamos entre 3 níveis de identidade: identidade humana – terrestre; identidade alma – supra terrestre; identidade divina – transcendente. Nós somos as 3 simultaneamente. A identidade terrestre usa o fogo de fricção para se garantir a si mesma. Significa que se o indivíduo não está em fricção com alguma coisa, ele não sente a sua identidade terrestre. Se a pessoa tem a sua identidade toda enclausurada neste nível, ele tem pânico de não estar em fricção. Enquanto nós estamos em fricção o resultado é a animação do 1º nível da identidade, do eu sub cerebral, abaixo das funções neurológicas porque a alma é um nível de identidade que existe acima do cérebro.
À medida que o indivíduo aprende a renunciar a essa energia de fricção e aprende a trazer para dentro dos veículos do nosso ser o fogo solar que corresponde à identidade alma, eu começo a entrar na paz profunda. A paz profunda drena o fogo por fricção, as acumulações no sistema nervoso da energia imperil.
IMPERIL é o termo do mestre Morya para o excesso de fogo fricativo.
O trabalho de permissão implica que o indivíduo renuncie a uma identidade, supere o sabor da pequena escala e vá atingindo aquilo a que se chama ANURA, em Sânscrito - o coração majestoso. Anura cura imperil.
Este mantra anura é uma energia fortíssima e a tradução mais próxima de nós é “coração majestoso”.
Coração majestoso é o estado do homem frente à montanha na qual a presença majestosa do inorgânico se funde dentro dele. Tanto em Yoga como em Tai-chi existem muitas meditações associadas à montanha.
Esta cumutação progressiva do fogo fricativo pela paz profunda implica renunciar a uma identidade. Quando um ser deixa de estimular o seu fogo fricativo, ele deixa de se sentir a si próprio enquanto ego, o que implica uma espécie de anestesia existencial.
À medida que o indivíduo vai permitindo que a nova escala o atravesse, e que se vai sentindo irmanado com o Grande Kenyon, com as cordilheiras, com o poder do mar sobre as falésias, à medida que ele vai encontrando este coração majestoso no qual o coração pára de maravilha perante a natureza da criação, esta é a raiz do ser, é com isto que hoje se faz a frente de transmutação planetária, é com anura, não com a ansiedade perante o que acontece à nossa volta.
Este encantamento do coração, quando ele passa do nível compensador dos impactos exteriores, de compensar a dor do mundo com a ordem psíquica que vem dos níveis profundos, este nível psíquico do coração ainda é o serviço que o psíquico faz ao homem e à evolução planetária, enviando harmonia do fundo funcionando como amortecedor. Este coração psíquico que nós temos é o coração bálsamo, bálsamo em ti e bálsamo nos outros, contudo isto não é ainda o coração majestoso – anura. Isto é o psíquico tentando criar uma escola de equilíbrio. Anura é o que acontece quando o teu coração revela a sua função esférica, quando este centro entra em sintonia com o chamado templo da esfera, que é o ponto neste planeta que guarda o mistério entre a matéria e a antimatéria, entre a materialização e a desmaterialização planetária, entre o movimento pendular matéria/antimatéria; expressão/implusão no divino; revelação do ruído do verbo que gera a manifestação ou retorno do verbo ao próprio centro porque se o mundo foi criado pelo verbo, então ela é impludida pelo silêncio.
Neste planeta existe essa esfera – é o guardião do contínuo, do jogo de forças que estabiliza a Terra, guarda o equilíbrio entre manifestação e abstracção cósmica, entre matéria e antimatéria.
Dentro desta esfera existe o silêncio absoluto, a explosão de todo o movimento. Este planeta não podia existir se essa esfera não fizesse a compensação entre o universo matéria e o universo antimatéria e o ponto é que esta esfera de silêncio total não está apenas na Argentina, ele está também em ti.
É nesta esfera que entra a consciência quando o indivíduo atinge o estado neurológico do sono profundo sem sonhos. É neste silêncio absoluto que anura é possível.
O fogo solar é uma energia capaz de calar uma multidão com um olhar. Isto é o que faz um avatar. Consta que grande parte do trabalho de Jesus era permanecer sentado sem dizer nada.
O ponto central de um círculo representa o silêncio absoluto, é o equilíbrio do pêndulo, é o silêncio surdo que emana das grandes montanhas e quando eu começo a perceber este silêncio maior na minha consciência, esta amplificação do coração cura tudo porque participa da lei inversa à lei da manifestação.
Este silêncio absoluto pede hoje para ser recebido no nosso ser.
Há seres que têm experiências de anura e têm que ficar sentados, quietos, porque 10 segundos de coração majestoso e é curado o sistema nervoso, o fogo fricativo é drenado para fora de ti.
E com anura vem o néctar. Eu preciso de trabalhar esta renúncia à pequena identidade que vive de fogo por fricção, tanto assim que quando começamos a perceber a chegada da vibração majestosa….
O fogo por fricção no homem contemporâneo atingiu níveis patológicos. O kundalini actuando no sistema nervoso gera fogo por fricção, especialmente quando isto é multiplicado pela ignorância– corresponde ao 3º Raio cósmico, ou seja, há aspectos já superados pelo universo, da electricidade a que se chama “Espírito Santo”, mas eles estão em nós ainda como uma actividade residual ou como sustentação da vida.
Quando este fogo supera os limites saudáveis da animação de uma personalidade, começa a acumular-se no sistema nervoso, no corpo etérico, nos chacras, nos meridianos, etc.
Este fogo é vermelho vivo sem luz e sempre que o indivíduo percebe que estamos muito senhores do nosso nariz, isto abre as portas ao fogo por fricção e ele vai-se acumulando no sistema nervoso – esta acumulação chama-se imperil (perigo imperioso).
Toda a irritabilidade, todo o movimento yang ou a energia de Carneiro em excesso, revela a acumulação de imperil e o psíquico funciona como uma corrente balsâmica, sempre tenta compensar o fogo por fricção em excesso – pequena voz da consciência. O imperil em excesso mata.
Quando há ataques cardíacos numa determinada percentagem dos quadros superiores do sexo masculino o que está a acontecer é uma intoxicação por imperil.
O imperil tem contrapartes extremamente tóxicas: afecta o fígado, o baço, o nosso poder verbal, a clareza mental e a visão. Afecta o estar.
Estes servidores estão a começar a ancorar graus de anura e estão aprendendo a renunciar a uma experiência de si.
A vontade espiritual está em ti porque é um selo, nós não a encontramos porque não estamos alinhados com o propósito da encarnação, se o indivíduo aceitou a proposta da matriz de controle, automaticamente é ligado a essa matriz porque ele aceitou o planeta treva.
A grande vantagem de estarmos ligados pelos centros inferiores à matriz de controle é que é justamente por aí que tu podes começar a emanar luz para dentro da matriz de controle.
Esta atitude de abrir-se para ancorar a totalidade da tarefa permite pôr em movimento a vontade espiritual donde que, aquilo que é um ser bastante frágil antes de se ter unido à sua tarefa, pode-se vir a revelar um ser extremamente potente. A vontade espiritual abre caminho para o Cristo, para a paz que ensina, para o culto da alegria e da paz.
É muito importante que nos próximos tempos eu comece a considerar a despedida do meu velho ser porque a outra identidade tu não sabes qual é, mas se o imperil e o fogo por fricção estão para o ego assim como anura está para a nova identidade, que nova identidade é esta?
Esta escola da paz profunda diz: “senta-te e ama majestosamente”, “reencontra o poder dilatador da solenidade do coração”, isto é a natureza do teu ser imediatamente para dentro e para cima em relação ao fogo por fricção, agora, eu tenho que renunciar.
Nós estamos aprendendo gradualmente a substituir imperil por anura, irritabilidade por coração majestoso e a renunciar ao ego que pode ser magoado, ofendido, agradado, desagradado, de forma que esta fricção possa sair completamente dos nossos corpos, que o indivíduo possa quebrar a ansiedade pela imagem que temos perante os outros e nós mesmos. É quando o indivíduo quebra este espelho que o rosto do ser interno pode ser anunciado.
Por André Louro de Almeida 08/02/2002
No comments:
Post a Comment