Que é a consciência?
Apesar de amplamente abordada na filosofia, na mística e no esoterismo, a consciência é ainda misteriosa para o homem. Ele existe, percebe um mundo à sua volta e percebe um mundo dentro de si. Aos poucos vai aprendendo a lidar com o que lhe chega por vias externas, do universo do não-eu, e também com aquilo que provém do seu próprio interior, do universo do eu. Porém, esse eu permanece insondável para a maioria. Afinal, que é isso que pensa, sente e age? Que é isso que vive?
Explicações são insuficientes para desvelar tal mistério. Somente quando caminhar com os próprios pés na direção dessa descoberta, o homem poderá vislumbrar um pouco do infinito que é o ser. Todavia, a fim de preparar-se para essa jornada e de ter indicações no percurso,ele necessita de elementos que organizem a mente de maneira adequada, bem como de estímulos que possam levá-la a reconhecer o que nela se reflete, provindo do interior do ser.
A consciência está presente em todo o cosmos. Como um oceano, a tudo acolhe, a tudo permeia , em tudo habita. Está no interior das partículas criadas, no âmago dos seres, no universo que os contém. A consciência é. Ela existe.
A partir de sua origem, esse mar de pura consciência – todo-preenchedor, todo-abarcante, onisciente, onipresente, absoluto – vai gradualmente estratificando-se, ordenando-se em faixas diferenciadas. Em cada uma delas, segundo sua vibração específica, partículas vão-se agrupando.
A essas faixas denominamos planos de consciência. Estão no mundo manifestado, estão no interior do ser. Exprimem características próprias, e as mais conhecidas do homem constituem a realidade concreta,material – apenas uma diminuta parcela desse infinito oceano cósmico.
Como é a consciência do homem?
Cada partícula tem em seu âmago a consciência; todavia, em diferentes estágios do processo de despertar. Também o homem, uma partícula do cosmos, possui um núcleo central que atua como fonte de vida e consciência para todo o ser. Esse núcleo não é a Fonte primeva, mas um transformador da energia recebida de outros, mais potentes, não individualizados, que por sua vez, num circuito indescritível, recebem energia de núcleos ainda superiores; assim ocorre sucessivamente até a Origem única de todo o criado e o incriado.
O núcleo central do homem, a chispa divina, é denominado Regente-Avatar ou Oitava Mônada. É, para efeito deste estudo, o indivíduo em evolução. Dele partem doze prolongamentos: sete dão origem às sete mônadas, núcleos de consciência que se encaminham para a vida no universo material; os outros cinco, denominados os cinco princípios do Regente, encontram lugar nos limiares da imaterialidade.
Cada mônada perfaz sua trajetória evolutiva ao longo dos vários estratos do universo em que habita. Desenvolve sucessivamente os atributos que lhe permitem retornar ao Regente, núcleo central de onde emanou.
Assim, quando nos referimos ao processo evolutivo de uma mônada, na realidade o estamos fazendo ao do Regente por meio dessa sua projeção, o núcleo monádico. Mas, como vimos, há núcleos maiores dos quais o Regente é parte, e que estão evoluindo por seu intermédio. Desse modo, percebe-se que existe uma consciência única, que se vai revelando no decorrer da existência cósmica por miríades de partículas. O Todo está inteiro em cada partícula, apesar de por elas expressar apenas facetas de sua magnitude.
Para que a força-vida-consciência emanada pela mônada possa manifestar-se no mundo material, nele ela se projeta, criando em cada um dos níveis densos um vórtice-semente que a abrigará, e que será revestido por aquilo que se denomina corpo, ou veículo de expressão do ser. Esse envoltório é o meio de contato da consciência com o universo à sua volta, sendo composto da matéria existente no nível em que ele próprio se encontra. Responde, portanto, a leis específicas, pertinentes àquele estrato da consciência universal.
Há, todavia, uma peculiaridade nesse processo. Assim como o Regente não pode projetar-se diretamente em estratos densos, e para isso precisa necessita de prolongamentos – as sete mônadas - , também a força-vida-consciência que emana da mônada necessita de um núcleo intermediário entre os corpos materiais e a sua energia, de modo que ela possa alcançar os planos concretos do universo físico cósmico. Dessa maneira, em determinado patamar entre a vida do ser no universo concreto e a mônada, esse novo núcleo de consciência, denominado núcleo causal ou alma, é criado.
É na passagem da vida do reino animal para o humano que surge a alma individualizada, única para cada mônada. Antes disso, nos reinos infra-humanos, as mônadas exprimem-se por intermédio de almas-grupo.
Temos,portanto, um vórtice-semente em cada nível de consciência; porém, há três núcleos básicos que compõem a estrutura do ser: Regente, a mônada e a alma.Simplificadamente, poderíamos dizer que a mônada está no centro da alma, e que o Regente está no centro da mônada.
Esses três núcleos básicos promovem e permitem o desenvolvimento da consciência do ser em fases específicas, até que ele atinja o ápice da evolução como ente individual, o estágio de Avatar. Nessa trajetória, depois de projetar-se na densidade da existência, farão o caminho reverso: assim como foram emanados, serão reabsorvidos no núcleo-origem.
Que são os corpos, nesse conjunto?
Os corpos não são o ser, mas os núcleos de consciência sim. Essa é uma chave importante para a compreensão do que seja a real vida do homem. Em outras palavras, os núcleos de consciência exprimem-se por meio dos corpos, nos diferentes estratos do universo que habitam e, em seu retorno à Origem, conduzem a matéria dos corpos pelo caminho ascensional.
No presente ciclo deste sistema solar, o universo físico cósmico subdivide-se em sete estratos (quatro níveis de éteres e três níveis densos), cada qual com sete subdivisões.Como vimos, em cada um deles o ser necessitará de um corpo para exprimir-se.
O Regente, núcleo central do ser, no início da sua evolução habita o primeiro estrato, o subnível, mais sutil do universo físico cósmico. A esse estrato damos o nome divino.
A mônada, núcleo formado pela projeção do Regente, habita o estrato sucessivo, o segundo subnível, denominado monádico, no qual se expressa por intermédio do corpo monádico.
Prosseguindo em direção aos estratos mais densos, a força-vida-consciência emanada pela mônada alcança o terceiro subnível, o espiritual. Neste, exprime-se por intermédio do corpo de luz.
Para o estrato subseqüente, o quarto subnível, denominado intuitivo ou búdico, na atualidade está se trasladando o núcleo causal do ser. Nesse nível ele se exprime por intermédio do corpo causal, ou corpo da alma.
Segundo as transformações já em ato no planeta, os estratos inferiores ao intuitivo são:
- quinto subnível, mental-astral
- sexto subnível, astral-etérico
- sétimo subnível, etérico-físico
Em cada um deles a força-vida-consciência manifesta-se por meio de um corpo. Entretanto, para que a alma possa alcançar esses subníveis torna-se necessária a criação de um vórtice intermediário, normalmente conhecido como ego.
Desse modo, a força-vida-consciência emanada pela mônada alcança o estrato mais denso do universo físico cósmico, o sétimo subnível, o etérico-físico. A partir daí, degrau por degrau, retornará à Origem.
Após desenvolver cada um dos corpos nesses trÊs níveis concretos, sucessivamente, do mais denso para o mais sutil, e integrá-los entre si (dando nascimento à personalidade integrada), o ser deve unificar a personalidade à alma. Isso é feito por meio da repolarização da consciência, que deixa de estar enfocada no ego e passa a polarizar-se na alma.
Então o ego deixa de existir?
Nessa repolarização o ego não deixa de existir. Se o ser necessita encarnar nos planos concretos, ele precisará de veículos, de uma personalidade – e o ego é um canal para transmissão da força-vida-consciência para esses níveis. Todavia, com a integração da personalidade na alma, a vontade do ego, essa sim, deixa de existir, passando a reinar, soberana, a vontade da alma. É somente a partir de então que a alma pode exprimir-se livremente por intermédio do ego e dos corpos materiais.
Até quando a alma se expressa?
Tendo dominado e absorvido o vórtice egóico, a alma ascenderá a um nível superior. Assim, nova repolarização da consciência ocorre. A primeira foi do ego para a alma. Esta segunda será da alma para o corpo de luz.
Quando o corpo de luz está formado e a consciência pode nele polarizar-se, diz-se ter havido o nascimento da personalidade espiritual. Vimos que na trajetória da consciência houve a formação da pesrsonalidade humana. Estaintegrou-se à alma. Agora nasce a personalidade espiritual, tendo como foco central o corpo deluz. Nele, a força-vida-consciência, que no decorrer da evolução foi vivificada no âmago do núcleo causal, pode expandir-se a âmbitos antes inacessíveis.
Plano físico cósmico A constituição do homem
1 Divino Regente
2 Monádico Mônada
3 Espiritual Corpo de luz
4 Intuitivo Alma (núcleo causal)
5Mental-Astral
6 Etérico-Astral Ego
7 Etérico-Físico
Conforme as transformações jáem ato na atual transição planetária, e que estarão totalmente estabelecidas no ciclo vindouro da Terra.
Portanto, assim como a alma alcançou a realização de exprimir-se por intermédio de uma personalidade humana ( o arcabouço psíquico do ser com seus três corpos materiais), a mônada chegará à realização de exprimir-se por intermédio da personalidade espiritual: o corpo de luz, o corpo causal e a personalidade humana integrada.
A partir de então, o fogo monádico, força-vida-consciência emanada pela mônada, poderá atingir de maneira pura os estratos materiais, com potência suficiente para queimar os últimos laços que prendem o ser ao mundo concreto. A mônada se unificará com o Regente, que nessa fase estará prestes a ascender ao estágio de Avatar e a penetrar em definitivo a imaterialidade da existência no universo astral cósmico.
Extraído do livro O Nascimento da Humanidade Futura de Trigueiirnho
p.27-34
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